A bronquite é uma doença que afeta as vias aéreas, especificamente as estruturas chamadas de brônquios, por onde passa o ar em direção ao pulmão. O problema surge diante do contato do corpo com vírus e outros organismos e substâncias, que acabam provocando uma inflamação e um estreitamento exagerado dos brônquios. A bronquite pode ser dividida em dois tipos: aguda e crônica.
Bronquite aguda e bronquite crônica: Qual a diferença?
“A crise aguda é caracterizada por sintomas que pioram ao longo de horas e de dias e, geralmente, levam as pessoas a procurarem atendimentos de emergência”, explica o pneumologista Ramiro Sienra. Esta forma é mais comum e é frequentemente causada por vírus que atingem o sistema respiratório. No entanto, substâncias irritativas, como poeira, fumaça e perfumes, também podem provocar uma crise de bronquite aguda.
Já a bronquite crônica é resultado, principalmente, do contato do organismo com o cigarro, mas também com a poluição. Este tipo faz parte da DPOC, doença pulmonar obstrutiva crônica, e a maioria dos casos costuma ser irreversível. “Uma vez que um indivíduo teve bronquite na infância e tem recorrência dos sintomas depois dos 20 anos, as chances de conviver com a doença para o resto da vida são muito altas”, alerta o especialista.
Vale destacar que existe ainda a bronquite asmática, também chamada de bronquite alérgica, que nada mais é do que a asma, uma doença similar, mas com algumas diferenças importantes.
Chiado, tosse e falta de ar são sintomas da bronquite
O estreitamento dos brônquios provoca alguns sintomas presentes tanto na bronquite crônica quanto na aguda. Coriza, cansaço, chiado no peito, dor nas costas, irritação na garganta e dificuldade para respirar são alguns. O paciente que sofre com a forma aguda da doença também pode sentir mal-estar, apresentar febre e ter broncoespasmos.
A tosse, no entanto, é o principal sintoma da bronquite. Ela apresenta diferenças entre as duas formas da infecção: nas crises agudas, a tosse pode ser seca ou produtiva, mas na crônica, ela sempre tem catarro. Além disso, a bronquite crônica aumenta a chance do paciente desenvolver outras infecções, como resfriados, gripes e pneumonia.
Tratamento da bronquite aguda reduz a falta de ar
A maior parte dos casos de bronquite aguda é leve, com tendência a durar entre uma e duas semanas e com melhora dos sintomas mesmo sem tratamento. No entanto, pessoas mais vulneráveis, como idosos, crianças, portadores de doenças crônicas e imunodeprimidos, devem procurar atendimento médico para evitar pioras no quadro.
O tratamento da bronquite aguda varia de acordo com a causa. “O tratamento visa diminuir a inflamação das vias aéreas e também aumentar seu calibre. Assim, é feito por meio de corticosteroides e de broncodilatadores inalatórios”, afirma Sienra. Nos pacientes em que há infecção bacteriana, é preciso também utilizar antibióticos.
Não fumar é a principal forma de combate à bronquite crônica
Já o tratamento da bronquite crônica visa frear a progressão da doença, com medicamentos que auxiliam na redução de inflamações nos brônquios. O paciente também deve abandonar o tabagismo e buscar distância de substâncias que podem agravar os sintomas, como pólen, ácaros, poeira e poluição. Repouso, alimentação saudável e hidratação adequada também são importantes no tratamento.
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