É chamado de broncoespasmo o fenômeno caracterizado pelo fechamento e pela presença de inchaço nas pequenas vias aéreas, os brônquios e os bronquíolos, canais por onde o ar é transportado até chegar aos pulmões. “Essa circunstância do sistema respiratório se manifesta por meio de sintomas, como tosse, falta de ar e chiado no peito e sensação de aperto no peito”, afirma o pneumologista Ramiro Sienra.
Entenda o que é o broncoespasmo
Para compreender o que é um broncoespasmo, primeiro, é preciso entender o que é espasmo. Um espasmo é uma contração muscular involuntária que, quando ocorre na musculatura dos brônquios, no pulmão, é chamada de broncoespasmo.
De acordo com o especialista, o broncoespasmo não é causado por um único problema. É decorrente de exacerbações de doenças respiratórias já existentes, como gripes e resfriados, da inalação de produtos tóxicos ou de partículas que desencadeiam reações alérgicas, assim como do descontrole de doenças cardíacas.
“O fenômeno é muito frequente em pessoas com doenças pulmonares, principalmente aquelas com características obstrutivas, como asma, enfisema pulmonar e bronquiolites”, explica o médico. Pode surgir também como uma complicação do quadro de bronquite. No entanto, o fato de o broncoespasmo ser mais comum em quem tem problemas respiratórios não significa que um indivíduo saudável não poderá desenvolvê-lo.
Como funciona o tratamento do broncoespasmo?
Todos os casos de broncoespasmo e de falta de ar devem ser avaliados imediatamente por um médico, de preferência em uma sala de emergência, segundo Sienra. O tratamento é feito com o uso de medicamentos broncodilatadores inalatórios ou por via subcutânea, caso seja necessário. Também podem ser administrados corticosteroides de forma endovenosa ou via oral.
Para prevenir o surgimento do broncoespasmo, é importante tratar as doenças respiratórias e cardíacas assim que surgirem os sintomas, com medicamentos e outras medidas indicadas por um profissional. Mas, se a causa para o problema for o contato com produtos tóxicos e substâncias que provocam alergias, a identificação do agente e o isolamento do paciente para evitar a exposição é vital.
A COVID-19 provoca broncoespasmo?
Embora o broncoespasmo cause sintomas semelhantes aos sintomas apresentados por pacientes infectados pelo novo coronavírus, como tosse e falta de ar, este fenômeno não é visto nos casos de COVID-19. Segundo o pneumologista José Roberto Megda Filho, a falta de ar provocada pelo novo coronavírus não é resultado do broncoespasmo, mas sim de alterações chamadas de intersticiais. Estas alterações afetam os alvéolos e levam à inflamação dos pulmões, num processo parecido com o da pneumonia.
Não é fácil diferenciar o broncoespasmo, presente em gripes, resfriados e asma, dos sintomas provocados pela COVID-19. Por isso, é importante seguir as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de outras autoridades de saúde: somente busque ajuda médica se tiver, tosse e febre e/ou falta de ar. Fique em casa, em isolamento social, lave bem as mãos com água e sabão e, ao sair, procure usar máscaras, álcool em gel e luvas.
Quando pensar em COVID-19?
A COVID-19 é uma doença causada por um tipo de coronavírus conhecido como SARS-CoV-2, que apresenta principalmente sintomas respiratórios muitas vezes semelhantes a quadros gripais.
Os sintomas mais comuns da COVID-19 são febre, cansaço e tosse seca, sendo que alguns pacientes podem ter dores no corpo, congestão nasal, corrimento nasal, dor de garganta ou diarreia. Em alguns casos também pode causar tosse com catarro. Esses sintomas geralmente são leves e começam gradualmente.
O sintoma mais importante que deve fazer os pacientes procurarem um serviço de saúde é a falta de ar ou dificuldade de respirar, que pode significar uma piora do quadro pulmonar.
Referências:
Wei-jie Guan et al. Comorbidity and its impact on 1,590 patients with COVID-19 in China: A Nationwide Analysis. MedRxiv 2020.
Ministério da Saúde. https://www.saude.gov.br/o-ministro/746-saude-de-a-a-z/46490-novo-coronavirus-o-que-e-causas-sintomas-tratamento-e-prevencao-3 acessado em 13/04/2020.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). http://portal.anvisa.gov.br/coronavirus
acessado em 17/04/2020.
