Dr. Ramiro Sienra
Pneumologia
Biografia
Dr. Ramiro Sienra é graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) e fez residência em Clínica Médica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e em Pneumologia no Instituto do Coração, que faz parte do Hospital das Clínicas. É membro ativo da American Thoracic Society (ATS), membro da European Thoracic Society (ERS) e participante da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Vale do Paraíba, da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Artigos
Brônquios: qual é a função deste condutor no sistema respiratório?
Os brônquios são vinculados a vários problemas de saúde, como bronquite, bronquiolite e broncoespasmo. Mas você sabe qual é a função dessas estruturas no corpo? Quem explica é o pneumologista Ramiro Sienra: “Esses órgãos fazem parte das vias áreas, um sistema de tubos biológicos no nosso sistema respiratório que levam ar do meio externo para o pulmão”. Qual é a função dos brônquios? O corpo humano é dotado de dois brônquios, o esquerdo e o direito, localizados logo abaixo da parte inferior da traqueia, no meio do tórax. Eles são responsáveis por fazer a conexão da traqueia com os pulmões, conduzindo o ar. Os brônquios se dividem progressivamente em ramificações menores até atingirem tamanhos muito pequenos, recebendo o nome de bronquíolos. O mau funcionamento dos brônquios pode gerar prejuízos ao corpo.”Em situações em que os brônquios perdem sua função, eles geralmente se estreitam e produzem mais inflamação e catarro, diminuindo seu calibre e dificultando a passagem do ar”, alerta Ramiro. O problema pode provocar tosse, chiado na respiração, falta de ar e causar até mesmo insuficiência respiratória. Brônquios são afetados por doenças como asma e bronquite Diversas doenças podem afetar os brônquios. No entanto, entre as mais comuns estão a asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica, a DPOC. Na asma, os brônquios são bastante sensíveis e iniciam um processo inflamatório ao entrar em contato com micro-organismos e substâncias estranhas, como poeira e pólen. Na DPOC, a inflamação é causada pelo cigarro, na maior parte dos casos. Ao perceber qualquer sintoma, se consulte com um médico, já que é importante cuidar da saúde dos brônquios. Medidas como não fumar e não permanecer em locais com muita poluição são importantes para preservar as funções dos brônquios. Procure manter a casa sempre limpa e arejada, evitando tapetes e carpetes ou, pelo menos, aspirando com frequência. Foto: Shutterstock
Por que gripe e resfriado causam dores no corpo?
Ao contrário do que muitos pensam, gripe e resfriado não são a mesma coisa. A confusão envolvendo as duas infecções respiratórias ocorre por causa da frequência alta de contágio na população, da semelhança entre as formas de transmissão e também devido aos sintomas, que apresentam similaridades. Ambas provocam tosse, febre, espirros, congestão nasal e irritação na garganta e dores no corpo, mas em diferentes medidas. Gripe e resfriado provocam dores musculares A dor no corpo é um sintoma comum nessas infecções virais. “As gripes e os resfriados são causados por vírus e estes, caracteristicamente, são agentes infecciosos que acometem todo o organismo de uma só vez. As dores geralmente são nos músculos e, como eles estão espalhados por todo o corpo, temos a sensação de uma dor generalizada”, afirma o pneumologista Ramiro Sienra. O que pode ajudar a diferenciar a gripe do resfriado é a intensidade dos sintomas. As dores de cabeça e no corpo causadas pelo resfriado costumam ser leves e, em certos casos, nem aparecem. Já nos quadros de gripe, as dores podem ser bastante incômodas. A febre é outro exemplo: no resfriado, é mais comum apenas em crianças e idosos, mas na gripe, frequentemente atinge 38°C em adultos. Como aliviar a dor no corpo causada pela gripe Para aliviar a dor causada pela gripe e pelo resfriado, Ramiro recomenda o uso de medicamentos analgésicos: “Infelizmente, não há medidas que melhorem diretamente as dores no corpo, mas o repouso relativo e o aumento de ingestão de água são frequentemente indicados. As dores musculares podem melhorar com analgésicos simples, que são remédios de venda sem necessidade de prescrição médica”, recomenda. De acordo com o médico, não há uma recomendação de dieta capaz de melhorar diretamente o mal-estar causado pelas doenças. Entretanto, como os pacientes afetados por um resfriado ou gripe sentem falta de apetite e náusea, é aconselhado fazer refeições leves e de fácil digestão, privilegiando alimentos não industrializados e ricos em diversos tipos de nutrientes para ajudar na recuperação do organismo. Foto: Shutterstock
Bronquite: Quais são as principais causas e sintomas? Tem cura? Como é o tratamento? Descubra!
A bronquite é uma doença que afeta as vias aéreas, especificamente as estruturas chamadas de brônquios, por onde passa o ar em direção ao pulmão. O problema surge diante do contato do corpo com vírus e outros organismos e substâncias, que acabam provocando uma inflamação e um estreitamento exagerado dos brônquios. A bronquite pode ser dividida em dois tipos: aguda e crônica. Bronquite aguda e bronquite crônica: Qual a diferença? “A crise aguda é caracterizada por sintomas que pioram ao longo de horas e de dias e, geralmente, levam as pessoas a procurarem atendimentos de emergência”, explica o pneumologista Ramiro Sienra. Esta forma é mais comum e é frequentemente causada por vírus que atingem o sistema respiratório. No entanto, substâncias irritativas, como poeira, fumaça e perfumes, também podem provocar uma crise de bronquite aguda. Já a bronquite crônica é resultado, principalmente, do contato do organismo com o cigarro, mas também com a poluição. Este tipo faz parte da DPOC, doença pulmonar obstrutiva crônica, e a maioria dos casos costuma ser irreversível. “Uma vez que um indivíduo teve bronquite na infância e tem recorrência dos sintomas depois dos 20 anos, as chances de conviver com a doença para o resto da vida são muito altas”, alerta o especialista. Vale destacar que existe ainda a bronquite asmática, também chamada de bronquite alérgica, que nada mais é do que a asma, uma doença similar, mas com algumas diferenças importantes. Chiado, tosse e falta de ar são sintomas da bronquite O estreitamento dos brônquios provoca alguns sintomas presentes tanto na bronquite crônica quanto na aguda. Coriza, cansaço, chiado no peito, dor nas costas, irritação na garganta e dificuldade para respirar são alguns. O paciente que sofre com a forma aguda da doença também pode sentir mal-estar, apresentar febre e ter broncoespasmos. A tosse, no entanto, é o principal sintoma da bronquite. Ela apresenta diferenças entre as duas formas da infecção: nas crises agudas, a tosse pode ser seca ou produtiva, mas na crônica, ela sempre tem catarro. Além disso, a bronquite crônica aumenta a chance do paciente desenvolver outras infecções, como resfriados, gripes e pneumonia. Tratamento da bronquite aguda reduz a falta de ar A maior parte dos casos de bronquite aguda é leve, com tendência a durar entre uma e duas semanas e com melhora dos sintomas mesmo sem tratamento. No entanto, pessoas mais vulneráveis, como idosos, crianças, portadores de doenças crônicas e imunodeprimidos, devem procurar atendimento médico para evitar pioras no quadro. O tratamento da bronquite aguda varia de acordo com a causa. “O tratamento visa diminuir a inflamação das vias aéreas e também aumentar seu calibre. Assim, é feito por meio de corticosteroides e de broncodilatadores inalatórios”, afirma Sienra. Nos pacientes em que há infecção bacteriana, é preciso também utilizar antibióticos. Não fumar é a principal forma de combate à bronquite crônica Já o tratamento da bronquite crônica visa frear a progressão da doença, com medicamentos que auxiliam na redução de inflamações nos brônquios. O paciente também deve abandonar o tabagismo e buscar distância de substâncias que podem agravar os sintomas, como pólen, ácaros, poeira e poluição. Repouso, alimentação saudável e hidratação adequada também são importantes no tratamento. Foto: Shutterstock
Asma: por que o ar-condicionado pode desencadear crises respiratórias?
Em dias de calor intenso, é difícil resistir à tentação de ligar o ar-condicionado para dormir com mais conforto. Por outro lado, no local de trabalho, o uso deste aparelho nem sempre é uma opção, o que pode preocupar quem sofre com doenças respiratórias e alergias, como a asma, já que o ar-condicionado pode piorar ou desencadear alguns sintomas. Ar frio e seco do ar-condicionado piora sintomas da asma No processo de abaixar a temperatura, o ar-condicionado reduz a umidade do ar. Mais frio e mais seco, ele ganha características semelhantes ao ar do outono e do inverno, estações conhecidas pelo aumento de crises relacionadas a doenças respiratórias. “O ar-condicionado pode ressecar a faringe, a laringe, o nariz, a traqueia e os pulmões, propiciar uma inflamação e, portanto, piorar os sintomas respiratórios”, explica o pneumologista Ramiro Sienra. Como consequência, quem já sofre com rinite pode sentir coceira no nariz, espirro e dor nasal, enquanto pacientes com asma podem ter tosse, chiadeira e falta de ar pioradas. Manter o ar-condicionado limpo evita crises respiratórias Para evitar esses problemas, a principal dica do especialista é evitar a exposição ao aparelho: “Isto engloba diminuir a permanência nos lugares com ar-condicionado, evitar temperaturas muito baixas, evitar fazer atividade física nesses ambientes e, se for necessário, usar um umidificador”, recomenda o pneumologista. É preciso ainda observar as orientações do fabricante quanto à limpeza, troca de filtro e manutenções. Outra atitude importante para quem tem alergias e doenças que pioram com o frio é evitar mudar bruscamente de um ambiente quente para um local com ar-condicionado. Estes pacientes podem apresentar piora dos sintomas com a variação de temperatura, já que o ideal para o sistema respiratório é permanecer em temperaturas estáveis. Foto: Shutterstock
Asma em idosos: quais os cuidados especiais que devem ser tomados?
Tosse, chiado e dores no peito, sudorese, lábios azulados e falta de ar são alguns dos principais sintomas vistos em pessoas com asma e que podem piorar à noite ou durante a prática de atividades físicas. A doença é caracterizada pela inflamação das vias aéreas, canais por onde o ar passa, o que dificulta o transporte de oxigênio até o pulmão. De acordo com o pneumologista Ramiro Sienra, a asma é uma doença que começa tipicamente na infância ou na fase adulta, mas que também pode se iniciar mais raramente na terceira idade. Casos com sintomas parecidos com os da asma devem ser analisados profundamente para avaliar outros problemas graves, como pneumonia, insuficiência cardíaca, enfisema e embolia pulmonar. Idosos devem receber ajuda para utilizar as bombinhas Já nos indivíduos em que o diagnóstico é preciso, existem alguns cuidados especiais. Um deles diz respeito ao uso das bombinhas, os dispositivos que liberam as medicações inalatórias. “Alguns idosos não têm força nas mãos nem a coordenação para usá-las corretamente. Deve haver substituição do dispositivo por medicações que possam ser usadas na forma de nebulizações, as chamadas ‘inalações’”, explica o profissional. A doença também precisa de um acompanhamento constante já que, segundo Sienra, as pessoas perdem a reserva respiratória conforme envelhecem. Aos 80 anos, os idosos têm cerca de 70% da capacidade de um adulto de 20 anos. “Além disso, os idosos são mais propensos a adquirir infecções respiratórias, desde gripes e resfriados a pneumonias. Existe um risco maior de que as crises de asma evoluam para insuficiência respiratória nessa faixa etária”, complementa o médico. Consultas médicas devem ser mais frequentes na terceira idade Principalmente na terceira idade, se consultar com um médico de confiança é fundamental para que sejam feitas avaliações holísticas do paciente e uma boa gestão das medicações e, assim, evitar quaisquer efeitos. Complicações em outras doenças podem agravar o quadro de asma e, por isso, esses outros problemas de saúde devem estar sob controle para garantir uma boa qualidade de vida ao paciente.