
Dr. Ramiro Sienra
Pneumologia
Biografia
Dr. Ramiro Sienra é graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) e fez residência em Clínica Médica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e em Pneumologia no Instituto do Coração, que faz parte do Hospital das Clínicas. É membro ativo da American Thoracic Society (ATS), membro da European Thoracic Society (ERS) e participante da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Vale do Paraíba, da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Artigos
Depois de quase morrer, goiana consegue aliviar crises de bronquite
A bronquite é uma doença caracterizada pelo estreitamento dos brônquios, estruturas pulmonares fundamentais para a respiração. “Esses órgãos fazem parte das vias áreas, um sistema de tubos biológicos no nosso sistema respiratório que levam ar do meio externo para o pulmão”, define o pneumologista Ramiro Sienra. Falta de ar é o principal sintoma da bronquite Pacientes com bronquite podem desenvolver a doença em sua forma aguda ou crônica. No caso de Janice F. B. Santos, de 57 anos, a doença era crônica e grave: “Sentia muita falta de ar, bastante dor nas costas e no peito. Não podia entrar em contato com poeira ou fumaça que o corpo já começava a ficar pesado”, afirma. Essas substâncias irritam os brônquios e ajudam a provocar as crises da doença. Apesar das dificuldades provocadas pela bronquite, Janice precisou passar por uma situação de vida ou morte para procurar ajuda. “Quase morri três vezes. Na última, entrei em coma e me levaram para o hospital praticamente morta. Mas, salvaram minha vida”, relembra a goiana. Ela, então, foi levada para Goiânia para realizar tratamento com um especialista. Tratamento da bronquite aborda medidas para reduzir crises Na época, Janice tinha 27 anos e morava no interior. O tratamento, segundo ela, ajudou seu corpo a se recuperar: “O médico me passou medicamento e hoje eu me sinto bem melhor. Melhorou muito mesmo. Ainda sinto alguns sintomas, às vezes, mas geralmente passa bem rápido”. Entretanto, ela não consegue trabalhar fora de casa e vende marmitas para ajudar o marido com as contas de casa. O tratamento da bronquite varia de acordo com a causa. Podem ser utilizados broncodilatadores, como no caso da goiana, corticosteroides e até antibióticos, caso haja infecção bacteriana. Como os quadros de bronquite crônica geralmente estão associados ao tabagismo, abandonar o vício e não ficar próximo à fumaça do cigarro também fazem parte do tratamento. Além disso, evitar ambientes com mofo, ácaros e poluição é fundamental. Foto: Shutterstock
Veja dicas para reduzir a poeira e minimizar suas crises de asma
A asma é uma doença inflamatória crônica que afeta a saúde e o funcionamento do sistema respiratório. O problema gera um estreitamento dos brônquios, estruturas que ajudam a conduzir o ar até os pulmões, causado por uma hipersensibilidade ao contato com substâncias encontradas no ambiente. A principal delas é a poeira. Poeira provoca a inflamação dos brônquios em asmáticos O pneumologista Ramiro Sienra explica o que acontece com pacientes asmáticos que se deparam com ambientes empoeirados: “Para pessoas que têm alergias específicas à poeira, uma exposição pode desencadear não somente crises de asma, como tosse, chiado no peito e falta de ar, mas também crises de rinite alérgica, com coceira no nariz, espirros e congestão nasal, e piora de casos de dermatites“. Para evitar que a poeira seja um problema na vida do asmático, é importante adotar alguns cuidados. “As dicas são deixar a casa sempre limpa e bem arejada e dar preferência a usar o aspirador de pó ao invés de varrer a casa”, aconselha o especialista. A varrição pode não eliminar o pó por completo, espalhando-o por móveis e outros lugares do lar. Tapetes e carpetes acumulam pó e facilitam crises de asma Além disso, depois de varrer ou de aspirar os cômodos, certifique-se de passar pano no chão para retirar o excesso de poeira, mas dê preferência a produtos sem cheiros fortes. Evite também usar carpetes e tapetes e não deixe bichos de pelúcia espalhados, já que tendem a acumular pó. As cortinas, cobertores e roupas de cama devem ser lavados com frequência. Além da poeira, existem ainda outras substâncias que devem ser evitadas para reduzir a quantidade de crises de asma. “Classicamente, os alérgenos mais comuns são fumaças, perfumes, alvejantes e ácaros, que são germes que se acumulam em lugares fechados e úmidos”, diz o profissional. Mofo, pólen e pelos de animais também são exemplos de alérgenos. Foto: Shutterstock
Exercícios internos ou externos: quais são os mais indicados para quem tem asma?
A asma é uma doença crônica que gera falta de ar, tosse e chiado no peito dos pacientes, o que é resultado da inflamação dos brônquios. Para amenizar esses sintomas, os médicos recomendam a realização de exercícios físicos com regularidade. Mas, comparando atividades internas e externas: será que existe um grupo mais indicado para asmáticos? Atividade física faz parte de tratamento da asma “Estudos demonstraram que os exercícios em ambientes internos são benéficos para o controle da asma, como natação em piscina aquecida. Eles foram desenhados em países em que o ambiente externo é crítico no inverno, com temperaturas negativas. Mas isso não tem validade para o inverno do Brasil”, afirma o pneumologista Ramiro Sienra. A estação fria ainda é a mais preocupante para pacientes asmáticos. No entanto, o frio brasileiro não impede que os exercícios físicos sejam feitos ao ar livre. Os benefícios são muitos: “A prática de atividades físicas é aconselhada para todos os asmáticos, uma vez que os estudos comprovaram que ela diminui o risco de crises de asma, aumenta o controle da doença e melhora a sensação de falta de ar”, diz o médico. Exercícios internos ou externos? O mais importante é não ter contato com alérgeno O mais importante, de acordo com Dr. Ramiro, é se certificar de que a modalidade escolhida não irá expor o paciente asmático ao alérgeno que desencadeia suas crises. “Exemplos para serem evitados: criança com alergia a ácaro e fazer judô ou caratê em tatames mofados, fazer corridas em esteira dentro de ambiente com ar-condicionado sem limpeza de filtro e praticar natação tendo alergia ao cloro da piscina”, cita o especialista. O yoga é uma atividade física que ajuda a melhorar a respiração. Com suas técnicas, o paciente aprende a controlá-la e se torna mais calmo para enfrentar uma crise, saindo dela com mais facilidade. Independentemente da escolha, é necessário que as atividades durem mais de 30 minutos e sejam feitas pelo menos quatro vezes por semana. Foto: Shutterstock
Brônquios: qual é a função deste condutor no sistema respiratório?
Os brônquios são vinculados a vários problemas de saúde, como bronquite, bronquiolite e broncoespasmo. Mas você sabe qual é a função dessas estruturas no corpo? Quem explica é o pneumologista Ramiro Sienra: “Esses órgãos fazem parte das vias áreas, um sistema de tubos biológicos no nosso sistema respiratório que levam ar do meio externo para o pulmão”. Qual é a função dos brônquios? O corpo humano é dotado de dois brônquios, o esquerdo e o direito, localizados logo abaixo da parte inferior da traqueia, no meio do tórax. Eles são responsáveis por fazer a conexão da traqueia com os pulmões, conduzindo o ar. Os brônquios se dividem progressivamente em ramificações menores até atingirem tamanhos muito pequenos, recebendo o nome de bronquíolos. O mau funcionamento dos brônquios pode gerar prejuízos ao corpo.”Em situações em que os brônquios perdem sua função, eles geralmente se estreitam e produzem mais inflamação e catarro, diminuindo seu calibre e dificultando a passagem do ar”, alerta Ramiro. O problema pode provocar tosse, chiado na respiração, falta de ar e causar até mesmo insuficiência respiratória. Brônquios são afetados por doenças como asma e bronquite Diversas doenças podem afetar os brônquios. No entanto, entre as mais comuns estão a asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica, a DPOC. Na asma, os brônquios são bastante sensíveis e iniciam um processo inflamatório ao entrar em contato com micro-organismos e substâncias estranhas, como poeira e pólen. Na DPOC, a inflamação é causada pelo cigarro, na maior parte dos casos. Ao perceber qualquer sintoma, se consulte com um médico, já que é importante cuidar da saúde dos brônquios. Medidas como não fumar e não permanecer em locais com muita poluição são importantes para preservar as funções dos brônquios. Procure manter a casa sempre limpa e arejada, evitando tapetes e carpetes ou, pelo menos, aspirando com frequência. Foto: Shutterstock
Por que gripe e resfriado causam dores no corpo?
Ao contrário do que muitos pensam, gripe e resfriado não são a mesma coisa. A confusão envolvendo as duas infecções respiratórias ocorre por causa da frequência alta de contágio na população, da semelhança entre as formas de transmissão e também devido aos sintomas, que apresentam similaridades. Ambas provocam tosse, febre, espirros, congestão nasal e irritação na garganta e dores no corpo, mas em diferentes medidas. Gripe e resfriado provocam dores musculares A dor no corpo é um sintoma comum nessas infecções virais. “As gripes e os resfriados são causados por vírus e estes, caracteristicamente, são agentes infecciosos que acometem todo o organismo de uma só vez. As dores geralmente são nos músculos e, como eles estão espalhados por todo o corpo, temos a sensação de uma dor generalizada”, afirma o pneumologista Ramiro Sienra. O que pode ajudar a diferenciar a gripe do resfriado é a intensidade dos sintomas. As dores de cabeça e no corpo causadas pelo resfriado costumam ser leves e, em certos casos, nem aparecem. Já nos quadros de gripe, as dores podem ser bastante incômodas. A febre é outro exemplo: no resfriado, é mais comum apenas em crianças e idosos, mas na gripe, frequentemente atinge 38°C em adultos. Como aliviar a dor no corpo causada pela gripe Para aliviar a dor causada pela gripe e pelo resfriado, Ramiro recomenda o uso de medicamentos analgésicos: “Infelizmente, não há medidas que melhorem diretamente as dores no corpo, mas o repouso relativo e o aumento de ingestão de água são frequentemente indicados. As dores musculares podem melhorar com analgésicos simples, que são remédios de venda sem necessidade de prescrição médica”, recomenda. De acordo com o médico, não há uma recomendação de dieta capaz de melhorar diretamente o mal-estar causado pelas doenças. Entretanto, como os pacientes afetados por um resfriado ou gripe sentem falta de apetite e náusea, é aconselhado fazer refeições leves e de fácil digestão, privilegiando alimentos não industrializados e ricos em diversos tipos de nutrientes para ajudar na recuperação do organismo. Foto: Shutterstock
Bronquite: Quais são as principais causas e sintomas? Tem cura? Como é o tratamento? Descubra!
A bronquite é uma doença que afeta as vias aéreas, especificamente as estruturas chamadas de brônquios, por onde passa o ar em direção ao pulmão. O problema surge diante do contato do corpo com vírus e outros organismos e substâncias, que acabam provocando uma inflamação e um estreitamento exagerado dos brônquios. A bronquite pode ser dividida em dois tipos: aguda e crônica. Bronquite aguda e bronquite crônica: Qual a diferença? “A crise aguda é caracterizada por sintomas que pioram ao longo de horas e de dias e, geralmente, levam as pessoas a procurarem atendimentos de emergência”, explica o pneumologista Ramiro Sienra. Esta forma é mais comum e é frequentemente causada por vírus que atingem o sistema respiratório. No entanto, substâncias irritativas, como poeira, fumaça e perfumes, também podem provocar uma crise de bronquite aguda. Já a bronquite crônica é resultado, principalmente, do contato do organismo com o cigarro, mas também com a poluição. Este tipo faz parte da DPOC, doença pulmonar obstrutiva crônica, e a maioria dos casos costuma ser irreversível. “Uma vez que um indivíduo teve bronquite na infância e tem recorrência dos sintomas depois dos 20 anos, as chances de conviver com a doença para o resto da vida são muito altas”, alerta o especialista. Vale destacar que existe ainda a bronquite asmática, também chamada de bronquite alérgica, que nada mais é do que a asma, uma doença similar, mas com algumas diferenças importantes. Chiado, tosse e falta de ar são sintomas da bronquite O estreitamento dos brônquios provoca alguns sintomas presentes tanto na bronquite crônica quanto na aguda. Coriza, cansaço, chiado no peito, dor nas costas, irritação na garganta e dificuldade para respirar são alguns. O paciente que sofre com a forma aguda da doença também pode sentir mal-estar, apresentar febre e ter broncoespasmos. A tosse, no entanto, é o principal sintoma da bronquite. Ela apresenta diferenças entre as duas formas da infecção: nas crises agudas, a tosse pode ser seca ou produtiva, mas na crônica, ela sempre tem catarro. Além disso, a bronquite crônica aumenta a chance do paciente desenvolver outras infecções, como resfriados, gripes e pneumonia. Tratamento da bronquite aguda reduz a falta de ar A maior parte dos casos de bronquite aguda é leve, com tendência a durar entre uma e duas semanas e com melhora dos sintomas mesmo sem tratamento. No entanto, pessoas mais vulneráveis, como idosos, crianças, portadores de doenças crônicas e imunodeprimidos, devem procurar atendimento médico para evitar pioras no quadro. O tratamento da bronquite aguda varia de acordo com a causa. “O tratamento visa diminuir a inflamação das vias aéreas e também aumentar seu calibre. Assim, é feito por meio de corticosteroides e de broncodilatadores inalatórios”, afirma Sienra. Nos pacientes em que há infecção bacteriana, é preciso também utilizar antibióticos. Não fumar é a principal forma de combate à bronquite crônica Já o tratamento da bronquite crônica visa frear a progressão da doença, com medicamentos que auxiliam na redução de inflamações nos brônquios. O paciente também deve abandonar o tabagismo e buscar distância de substâncias que podem agravar os sintomas, como pólen, ácaros, poeira e poluição. Repouso, alimentação saudável e hidratação adequada também são importantes no tratamento. Foto: Shutterstock