Teve um pico de pressão alta mesmo sem ter hipertensão? Esse problema não é incomum e pode acontecer por diferentes motivos. Estresse, sono desregulado e má alimentação são apenas alguns exemplos de fatores que podem resultar em um pico de pressão. Em alguns casos, a pressão alta pode apresentar sintomas, mas em outros o aumento pode ser silencioso. Quem destrincha esse assunto é o cardiologista Maikon Zumaêta Libório, que explicou por que isso acontece com quem não têm hipertensão. Confira!
Quem não tem hipertensão pode ter pico de pressão alta: entenda os motivos e riscos
Sim, é possível que uma pessoa que não tem hipertensão tenha um pico de pressão alta. Segundo o cardiologista, várias razões podem causar o aumento súbito da pressão e a maioria delas está relacionada com hábitos de vida: “A pressão pode se elevar, inclusive sem sintomas, por falta de exercício físico regular, tabagismo, privação de sono, estresse, má alimentação, sobrepeso e obesidade”.
Os efeitos colaterais de determinados tipos de medicamentos também estão entre potenciais causas para um pico de pressão alta. “Também pode ser causado por outros problemas, como efeitos adversos de medicamentos, hipotireoidismo e doenças renais”, explica Dr. Libório.
Mesmo para quem não tem hipertensão, a pressão muito alta pode representar alguns riscos graves, especialmente se não for controlada da forma correta. “Uma pressão muito alta pode causar lesões em órgãos-alvo, como olhos, coração, cérebro e rins, levando a um acidente vascular encefálico, isquemia ou até mesmo a um infarto agudo do miocárdio. Caso a pressão não seja controlada adequadamente, o paciente pode evoluir com outras doenças crônicas, como insuficiência renal e insuficiência cardíaca”, alerta o cardiologista.
O pico de pressão indica hipertensão? Entenda quando o problema pode ser permanente
De acordo com Dr. Libório, um único pico de pressão alta não indica necessariamente que a pessoa tem hipertensão – nem mesmo a alternância entre os picos de pressão alta e pressão controlada. “Nem todo paciente com hipertensão lábil, que ora apresenta pico hipertensivo e ora apresenta pressão arterial normal, desenvolverá hipertensão fixa”, comenta o especialista.
Por outro lado, caso os picos continuem a acontecer com frequência, é hora de ligar o sinal de alerta. “Uma única aferição indicando pico hipertensivo não é suficiente para classificar uma pessoa como hipertensa. Porém, episódios frequentes podem desencadear lesões clinicamente significativas em poucos anos ou, às vezes, em menos de um ano, caso o paciente possua outras comorbidades e fatores de risco, como diabetes ou tabagismo”, destaca o médico. Ou seja, caso o problema continue a acontecer e você tenha sintomas de pressão alta constantes, o ideal é procurar um médico para fazer o diagnóstico com exames ambulatoriais.
Tive um pico de pressão alta: o que fazer?
Em caso de pico de pressão alta, o atendimento médico é indispensável. “A recomendação é que seja atendido para receber tratamento adequado para o controle da pressão e alívio de sintomas, caso estejam presentes, e afastar emergências causadas pela elevação da pressão, como a dissecção de aorta, encefalopatia hipertensiva, edema agudo do pulmão ou infarto”, recomenda o cardiologista. Também é indicado investigar as causas do aumento de pressão e adotar melhores hábitos para prevenir novos picos.