Viagens demoradas de avião, ou até mesmo de outros meios de transporte, como o ônibus, têm sido associadas a uma piora dos sintomas das varizes e a casos de trombose venosa profunda e tromboembolismo. Embora todos os passageiros de voos longos estejam sujeitos a esses problemas, os portadores de varizes dos membros inferiores se incluem no grupo de alto risco, especialmente aqueles que não fazem tratamento adequado, e por isso devem tomar cuidados especiais.
Antes de realizar a viagem, é importante procurar um angiologista ou cirurgião vascular para receber orientações específicas. Somente ele poderá indicar as melhores formas de evitar imprevistos e avaliar o risco de complicações. Pacientes de alto risco devem ainda verificar com o médico a necessidade de tomar anticoagulantes e flebotônicos para prevenir trombose, edema e sintomas de estase venosa.
Pacientes com varizes devem levantar a cada duas horas durante as viagens de avião
“Beber bastante líquido durante a viagem, de preferência água para manter o corpo bem hidratado e evitando o consumo de álcool, porque ele acelera a desidratação” são algumas das recomendações do angiologista Breno Caiafa, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro, para viagens com duração maior que quatro horas.
O passageiro com varizes deve levantar e caminhar pelo corredor da aeronave a cada duas horas, pelo menos. Mesmo quando estiver sentado, é importante fazer movimentos com as pernas e com os pés por alguns instantes. De acordo com o especialista, aqueles que apresentam maiores fatores de risco devem viajar em poltronas de maior dimensão ou localizadas no corredor.
Passageiros de avião com varizes não devem viajar com roupas apertadas
“A utilização de meia elástica de compressão está indicada para pessoas com fatores de risco prévio, contribuindo para ativar a circulação e diminuindo o significativamente o edema e desconforto, bem como o número de episódios de trombose venosa”, explica o médico. Vestir roupas confortáveis, que não apertem as pernas nem dificultem a circulação e evitar cintas, cintos apertados e joelheiras são outras medidas citadas por Caiafa.
Dr. Breno Caiafa é angiologista e cirurgião vascular, graduado em Medicina pela Universidade Federal Fluminense e é presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ). CRM-RJ: 52-56556-8
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