A forma fluida do sangue é fundamental para que ele possa circular livremente pelas veias e artérias, sendo transportado do coração aos diversos órgãos do corpo. Algumas situações, entretanto, provocam o rompimento dessas vias condutoras, o que torna urgente a interrupção da perda de sangue para que não haja maiores consequências, como a perda da vida. É aí que entram em ação os medicamentos anticoagulantes.
Existe um sistema de coagulação responsável pela formação de coágulos ou trombos para estancar essa perda de sangue. “Os anticoagulantes são medicamentos que vão agir nesse sistema na tentativa de bloquear parte de seu funcionamento. Cada anticoagulante age em uma determinada substância que atua na coagulação”, explica a cardiologista Caroline Nagano.
Medicamentos anticoagulantes ajudam a evitar AVCs
A coagulação é um processo importante para o corpo, mas pode causar alguns problemas que devem ser consertados pela ação dos medicamentos anticoagulantes. Segundo a médica, eles podem ser utilizados na forma de prevenção de doenças ou como forma de tratamento: “Para pacientes selecionados, é indicado utilizar esses medicamentos para impedir a formação de trombos e evitar que eles se desloquem para o cérebro e causem um AVC”. Esses medicamentos também podem ser empregados após um AVC ou infarto, para impedir a formação de novos coágulos.
Depois de cirurgias, os medicamentos anticoagulantes podem ser empregados para prevenir a formação de trombos em veias periféricas ou em vasos pulmonares. Já como forma de tratamento, as medicações costumam ser utilizadas em casos de tromboses periféricas e pulmonares, na fase aguda de infartos e em pacientes que utilizam próteses de válvula cardíaca.
Anticoagulantes devem ser usados com cuidado
A principal complicação do uso dessas medicações é a hemorragia. Pacientes com idade superior a 75 anos, alcoólatras e portadores de doenças hepáticas, insuficiência renal, hipertensão e câncer requerem mais atenção por possuírem fatores de riscos. “As atividades físicas podem ser exercidas normalmente, mas devem ser evitados os exercícios de alto impacto, esportes de contato ou com risco de quedas, como futebol e lutas”, diz a cardiologista Bruna Baptistini.
No entanto, “a anticoagulação é um procedimento seguro, quando feito adequadamente. Para isso, deve ser acompanhada para monitorizar os efeitos do medicamento e realizar os ajustes na dosagem quando necessário”, afirma Baptistini. A dose ideal para uma anticoagulação eficaz e segura varia para cada paciente e é medida por meio de um exame.