Os ossos, junto aos músculos, são as estruturas que sustentam o corpo humano. Mas, devido ao desgaste e a outros fatores, com o tempo, eles também podem adoecer. Entre as enfermidades que atingem a estrutura óssea estão a osteoporose e a osteopenia, condições que, apesar de terem características muito semelhantes, na verdade, não são a mesma coisa. O geriatra Ricardo Komatsu foi nosso convidado para esclarecer as principais diferenças entre as duas.
A osteoporose é doença, a osteopenia não
Para começar, a principal diferença entre os dois problemas é que um é de fato um quadro clínico, enquanto o outro é apenas uma condição corporal. “Osteoporose é um distúrbio metabólico em que ocorre a redução progressiva da densidade óssea e o consequente aumento do risco de fraturas, uma condição geralmente relacionada ao envelhecimento. Já a osteopenia não é uma doença. Trata-se de uma condição pré-clínica em que há perda gradual de massa óssea, podendo evoluir para a osteoporose”, explica o geriatra.
De acordo com o médico, as mulheres são o principal alvo das duas condições. “A osteoporose é mais frequente em mulheres após a menopausa devido à queda na produção de estrogênio, enquanto a osteopenia afeta tanto mulheres com menopausa precoce quanto na pós-menopausa”, comenta Dr. Komatsu.
Dieta com os nutrientes certos pode ser o tratamento ideal
O diagnóstico para a diferenciação entre a osteoporose e a osteopenia é essencial para que o médico possa indicar o tratamento correto. Muitas vezes, um tratamento não medicamentoso da osteopenia pode ser suficiente até mesmo para evitar a evolução para uma osteoporose, com medidas como praticar exercícios físicos e manter uma alimentação adequada.
“É crucial atentar-se a esses aspectos que diferenciam a osteoporose da osteopenia, pois a abordagem clínica exigida é distinta. Na osteopenia, o tratamento normalmente não envolve medicamentos, adotando-se uma dieta rica em cálcio e vitamina D, exposição solar diária e atividade física pelo menos cinco vezes por semana. Na osteoporose, além das mudanças no estilo de vida, o tratamento medicamentoso também é recomendado, sendo a classe dos bisfosfonatos a primeira linha”, finaliza o médico.