Em quadros de depressão é muito comum que ocorram nos pacientes pensamentos suicidas, especialmente se o transtorno estiver em grau já mais avançado. O apoio da família e dos amigos mais próximos é fundamental para que você não venha a concretizar esses pensamentos, assim como o tratamento realizado por um médico especialista. De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade, vinculado ao Ministério da Saúde, foram registradas 107.374 mortes por suicídio entre 2007 e 2016. Para saber mais sobre como ajudar pacientes depressivos nesta situação, conversamos com a psiquiatra Erika Mendonça de Morais.
Pensamentos suicidas: quais são os fatores de risco? Como ajudar?
É infelizmente comum que familiares sejam pegos de surpresa quando algum ente querido comete suicídio, já que as pessoas lidam de forma diferente com a depressão e muitos conseguem mascarar a angústia causada pela doença. No entanto, existem alguns fatores de risco que, se identificados, devem levar a um grau maior de atenção. Histórico de suicídio na família, identificação ou conexão com pessoas que cometeram suicídio, além, é claro, de tentativas anteriores de suicídio, são alguns dos que mais se destacam.
Um elemento importante é a empatia por quem está passando por essa situação complicada e angustiante, já que pensamentos suicidas não denotam fraqueza e são relativamente comuns. “Quando você passa a ter pensamentos de morte ou ideação suicida é importante saber, de início, que isso não é algo raro. Muitas pessoas no mundo passam por isso, então não tem motivo para se sentir diminuído. Além disso, existem tratamentos eficazes na prevenção e redução do risco de suicídio”, informa a psiquiatra Erika Mendonça.
Segundo a especialista, as pessoas da sua família, especialmente, podem te ajudar a acreditar na sua própria melhora e que é possível se livrar do desespero e da falta de esperança que te instigam a pensar na possibilidade de tirar a própria vida. médico também assume esse papel de incentivador. Com seu embasamento científico, poderá te estimular ainda mais a aderir ao tratamento da doença.
Pensamentos suicidas devem ser sempre levados a sério; paciente não quer chamar atenção
“Na maioria das vezes o tratamento consegue fazer a ideação suicida desaparecer. Para que isso ocorra, é fundamental a adesão ao tratamento, isto é, uso adequado das medicações e frequência às consultas de psicoterapia. Também é fundamental que os familiares e amigos te motivem a buscar ajuda, sejam bons ouvintes e não desvalorizem seus sentimentos”.
A psiquiatra explica que deve-se sempre valorizar quando uma pessoa diz que tem pensamentos suicidas e não considerar que é algo “para chamar a atenção”, como muitos fazem. “A maioria das pessoas que cometeram suicídio comentaram com alguém o que pensavam. Então, a ideia de ‘quem quer não fala’, não é verdadeira. Se você possui um familiar com tendências suicidas, procure incentivá-lo a buscar ajuda profissional e acompanhá-lo sempre que possível”.
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Dados do Ministério da Saúde:  http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/44404-novos-dados-reforcam-a-importancia-da-prevencao-do-suicidio



