Complicações no parto por vezes são colocadas em estudos como fator para a ocorrência de transtornos variados manifestados na infância e até mesmo na vida adulta. A esquizofrenia, por exemplo, é um dos quadros associados por algumas pesquisas a problemas de parto. Porém, de acordo com a psiquiatra Cláudia Chaves, esta relação direta não se aplica.
“Complicações no parto não são um fator de risco para a esquizofrenia. Alguns quadros de transtornos mentais diagnosticados na infância podem ter uma relação com a esquizofrenia na idade adulta e com complicações do parto, como o transtorno do espectro autista e deficiências intelectuais, mas se o indivíduo vai desenvolver a esquizofrenia ou não na idade adulta, isso não tem relação com complicações no parto”.
Fatores de risco para a esquizofrenia
Segundo a especialista, para que ocorra o desenvolvimento da esquizofrenia, o indivíduo precisa ter uma predisposição genética e a isso se somará algum ou alguns fatores desencadeantes. “Estes podem ser o uso de substâncias (álcool e as drogas ilícitas) ou vivenciar episódios de estresse muito intenso (perda familiar, de emprego, separação, um assalto etc), por exemplo”.
Contudo, nem sempre é necessário que haja fatores desencadeantes para que a esquizofrenia se manifeste. Se o fator genético for forte o suficiente, o paciente manifestará os sintomas, como delírio e alucinações.
Tratamento da esquizofrenia envolve remédios e psicoterapia
O paciente com esquizofrenia necessita aderir a um tratamento adequado, o qual deverá ser mantido por toda vida, tendo em vista que se trata de uma doença crônica. Este tratamento tem como base o uso de medicamentos, para controle dos sintomas (antipsicóticos, principalmente), e também deve contar com psicoterapia e atividades que promovam a interação social.
Dra. Claudia Chaves Dallelucci é médica psiquiatra, formada em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e mestranda em Psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). CRM-SP: 151077
Foto: Shutterstock