Em um quadro de esquizofrenia, fala-se muito em delírio e alucinação, tendo em vista que são dois dos principais sintomas envolvidos na doença. Como normalmente aparecem juntos, é comum pensar que são a mesma coisa, sinônimos, mas na verdade são sintomas psicóticos distintos, cada um com uma definição específica.
Delírio e alucinação: veja alguns exemplos
Segundo a psiquiatra Erika Mendonça, delírios são crenças exageradas, irrefutáveis. O paciente tem certeza de algo, mesmo sem nenhuma evidência real disso. Já a alucinação é uma percepção de coisas que não estão lá, sejam elas imagens e/ou sons, mas que o paciente acredita com convicção de que são reais.
“Alguns exemplos de delírio: o paciente acredita que um chip foi instalado em seu cérebro e que está sendo monitorado, mesmo sem nenhuma evidência de que isso tenha acontecido. Ou então imagina que está sendo perseguido pela polícia, mesmo sem nenhuma justificativa para isso. Já no caso da alucinação, ele ouve pessoas falando, mas não há ninguém (alucinações auditivas). Também há alucinações visuais, olfativas e táteis”, esclarece a profissional.
Saiba como os sintomas da esquizofrenia impactam a vida do paciente
Delírio e alucinação podem ocorrer juntos e estar até mesmo relacionados, mas não necessariamente. Podem ocorrer separadamente também. Independentemente disso, os dois são considerados sintomas graves, pois causam um comprometimento significativo da vida do paciente. Também por isso o tratamento adequado da esquizofrenia é tão importante.
“Estes sintomas trazem sofrimento, angústia, desorganização do comportamento. Pessoas com que vivem com delírios e alucinações não controlados geralmente tem dificuldade para se relacionar, trabalhar, estudar e se divertir. Praticamente todas as áreas da vida do paciente são afetadas”.
Dra. Erika Mendonça de Morais é psiquiatra formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e atua em São Paulo. CRM-SP: 124933
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