O tempo de duração de uma crise de pânico é variável. Segundo a psiquiatra Juliana Diniz, o pico da ansiedade pode durar até 40 minutos, porém os efeitos de mal-estar podem se manter após esse período. Além disso, as pessoas com a síndrome do pânico podem ter crises recorrentes, com intervalos curtos entre elas.
Gravidade e sintomas de crises de pânico
Ainda conforme a médica, o tempo de duração de uma crise de pânico não necessariamente determina se o evento é mais ou menos grave. “A frequência das crises e o quanto elas são incapacitantes para o paciente são os fatores que de fato mais se relacionam com o quesito gravidade”, afirma.
A crise de pânico é caracterizada por uma sensação de desconforto de início súbito, sem desencadeante claro, que pode começar em qualquer hora ou local. “Alguns exemplos de sintomas são taquicardia, aumento da sudorese, calafrio, tremores, sensação de falta de ar, dor ou aperto no peito e medo de morrer ou enlouquecer”. Uma pessoa em crise também pode sentir vertigem, sensação de desmaio, palpitações, formigamento e ondas de frio e de calor.
De acordo com o documento Transtorno do Pânico: Diagnóstico, elaborado pela Sociedade Brasileira de Psiquiatria, pela Academia Brasileira de Neurologia e pela Sociedade Brasileira de Pediatria, no longo prazo, as crises podem gerar consequências negativas, como perda de produtividade e diminuição do bem-estar, do contato social e da autorrealização.
Causas e tratamento das crises de pânico
A especialista informa que não existem causas generalizáveis que sirvam para explicar o transtorno de pânico em todos os indivíduos acometidos por estes sintomas. Todavia, há casos em que já existem outros sintomas envolvidos ou transtorno de ansiedade precedendo os episódios de crise de pânico, os quais ajudam a entender o aparecimento desses típicos do pânico.
Assim como em diversos outros transtornos psicológicos, o tratamento da síndrome do pânico se baseia em psicoterapia e uso de medicamento específico. A terapia cognitivo-comportamental, especialmente, ganha destaque no tratamento desse tipo de transtorno. “O primeiro passo é procurar um profissional de saúde mental que irá orientar sobre as modalidades de tratamento disponíveis”, recomenda a psiquiatra.
Como lidar com uma crise de pânico durante a quarentena?
Durante a quarentena causada pelo novo coronavírus e pela doença que este micro-organismo provoca, a COVID-19, algumas pessoas podem experimentar níveis mais elevados de estresse e ansiedade, fatores que favorecem a ocorrência de crises de pânico. Logo, é possível que quem já sofre com o problema tenha seu quadro agravado durante este período.
Se isso acontecer, é importante tentar manter a calma durante uma crise de pânico, procurando um cômodo da casa em que se sinta mais seguro e confortável. Sente-se no chão, no sofá ou na cama e tente trabalhar a respiração, meditar, fazer massagem no corpo ou ouvir uma música relaxante, sempre com pensamentos positivos, sufocando o medo e acreditando que os sintomas logo irão passar.
Já para evitar as crises de pânico, é fundamental dar seguimento às medidas do tratamento propostas pelo seu médico. Durante o isolamento social, uma alternativa é continuar as sessões de terapia à distância, utilizando a tecnologia como aliada por meio de chamadas de vídeo. Basta usar o computador ou o celular.
Alguns cuidados com a saúde mental devem ser reforçados: é importante evitar o consumo de bebidas alcoólicas, cigarros e outras drogas, manter a calma, mesmo em situações de estresse, e praticar exercícios físicos e atividades que ajudam a relaxar, como técnicas de meditação e mindfulness.
Quando pensar em COVID-19?
A COVID-19 é uma doença causada por um tipo de coronavírus conhecido como SARS-CoV-2, que apresenta principalmente sintomas respiratórios muitas vezes semelhantes a quadros gripais.
Os sintomas mais comuns da COVID-19 são febre, cansaço e tosse seca, sendo que alguns pacientes podem ter dores no corpo, congestão nasal, corrimento nasal, dor de garganta ou diarreia. Em alguns casos também pode causar tosse com catarro. Esses sintomas geralmente são leves e começam gradualmente.
O sintoma mais importante que deve fazer os pacientes procurarem um serviço de saúde é a falta de ar ou dificuldade de respirar, que pode significar uma piora do quadro pulmonar.
Referências:
- Wei-jie Guan et al. Comorbidity and its impact on 1,590 patients with COVID-19 in China: A Nationwide Analysis. MedRxiv 2020.
- Ministério da Saúde. https://www.saude.gov.br/o-ministro/746-saude-de-a-a-z/46490-novo-coronavirus-o-que-e-causas-sintomas-tratamento-e-prevencao-3 acessado em 13/04/2020.
- Transtorno do Pânico: Diagnóstico, elaborado pela Associação Brasileira de Psiquiatria, pela Academia Brasileira de Neurologia e pela Sociedade Brasileira de Pediatria: https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/transtorno_do_panico.pdf