A doença de Alzheimer (também conhecida como mal de Alzheimer) é uma das mais conhecidas formas de demência e possui algumas características próprias que permitem identificá-la. Uma das manifestações que surgem junto ao Alzheimer, por exemplo, é a síndrome do pôr do sol, que afeta muitos dos portadores da doença. Para entender melhor o que é esse problema e tentar ajudar a lidar com ele, a equipe do Cuidados Pela Vida entrevistou a geriatra Thaisa Motta. Dê uma olhada!
Síndrome do pôr do sol: o que é?
De acordo com a geriatra, a síndrome do pôr do sol no Alzheimer caracteriza-se por uma confusão mental ou uma mudança de comportamento que se manifesta ao anoitecer, quando o sol se põe. “Desta forma, o paciente pode ficar agitado, irritado, não reconhecer a sua casa e pedir para ir embora, andar sem rumo pelos cômodos, não saber mais quem são os seus familiares e apresentar-se muito confuso”, afirma Dra. Thaisa.
A especialista revela que as causas para o problema ainda não foram completamente esclarecidas: “Considera-se que, possivelmente, as alterações cerebrais relacionadas à demência possam desregular o ‘relógio biológico’ do indivíduo, levando a ciclos confusos de sono-vigília. Vale também lembrar de outras possíveis causas, como alteração da rotina, fome, dor, tédio, infecções e cansaço excessivo”. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) acredita que a depressão também pode ser um fator causador da síndrome do pôr do sol.
Como familiares e cuidadores podem ajudar o paciente com a síndrome?
Para família, amigos e cuidadores que lidam com a doença de Alzheimer, a síndrome do pôr do sol e outras características da doença demandam muita dedicação, podendo levar até mesmo à exaustão. Dra. Thaisa dá algumas dicas para quem convive diretamente com o paciente com demência: “É importante manter a calma e tentar identificar a possível causa para os sintomas (como os descritos acima) e corrigi-los. Caso não haja nenhum fator precipitante, pode-se aumentar a luminosidade da casa, procurar manter o ambiente calmo, sem excesso de ruídos e movimentações”.
Outros artifícios podem funcionar bem para lidar com a síndrome do pôr do sol. Desviar a atenção do paciente, como explica a geriatra, é uma boa alternativa. “Outra estratégia, quando próximo ao horário do entardecer, é distrair o paciente, realizando atividades que ele goste e colocar uma música suave. Em casos selecionados, pode-se lançar mão de algumas medicações, porém sempre com acompanhamento médico”.
Dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG): https://www.sbgg-sp.com.br/estrategias-para-lidar-com-a-sindrome-do-por-do-sol/