Pessoas que têm pressão alta não se beneficiam do clima mais ameno do inverno. Na verdade, é o contrário. Esta época do ano é mais perigosa para quem sofre do problema. Isso se deve, principalmente, ao fato do frio provocar o estreitamento dos vasos sanguíneos, o que gera maior pressão nos mesmos. De acordo com o Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o controle da pressão arterial depende do contato médico periódico, seguindo todas as orientações do especialista.
Influência do frio na pressão arterial
“O clima mais ameno do inverno é mais desafiador para quem tem hipertensão. Inúmeros estudos já mostraram a relação sazonal envolvendo hipertensão arterial, infarto e derrame (AVE – acidente vascular encefálico) e a maioria dos dados apontam para o inverno como a principal estação vilã”, afirma o cardiologista Francisco Flávio Costa Filho.
Ainda segundo o especialista, o frio aumenta a pressão arterial provavelmente porque um dos mecanismos da pressão arterial elevada é o aumento da resistência dos vasos sanguíneos da periferia. O frio causa vasoconstrição (diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos), o que aumenta a resistência desses vasos e, consequentemente, a pressão arterial.
“Em um estudo chinês, especificamente sobre hipertensão arterial, que avaliou medidas de pressão arterial de mais de 50 mil chineses entre agosto de 2004 e janeiro de 2008, em uma amplitude térmica de -2°C no inverno até 33°C no verão, os pesquisadores constataram que a cada redução de 10°C na temperatura do ambiente ocorria um aumento em 6,9 mmHg na pressão arterial sistólica e de 2,9 mmHg na pressão arterial diastólica. Ou seja, quanto mais frio, maior o nível da pressão”, informa o cardiologista.
Tratamento da pressão alta no inverno
Portanto, no inverno é ainda mais importante manter o acompanhamento regular da pressão arterial para evitar as consequências de uma pressão arterial não controlada. Como, consequentemente, a incidência de AVC e infarto tende a aumentar nesta estação do ano, torna-se necessário não só o acompanhamento médico regular mas também a adesão plena ao tratamento indicado pelo especialista, com destaque para o uso de medicamentos.
Dados do Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia: http://www.eusou12por8.com.br/
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