Você sabia que setembro é o Mês Mundial da doença de Alzheimer? Essa condição é um dos principais tipos de demência, problema degenerativo que atinge cerca de 1,2 milhão de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Conhecer a doença de Alzheimer, seus sintomas e desafios é muito importante, já que se trata de uma doença degenerativa, que pode comprometer a qualidade de vida do portador. Será que a fala é um dos aspectos afetados? Para tirar essa dúvida, conversamos com a geriatra Thaísa Segura da Motta Rosa. Confira!
Sintomas de Alzheimer: conheça os efeitos da doença no corpo
A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência, sendo mais frequente em idosos e afetando a memória e a capacidade cognitiva. “A doença de Alzheimer acomete diversos domínios cognitivos, sendo inicialmente a memória recente, a orientação temporoespacial e o humor, com alterações de personalidade”, explica Dra. Thaísa.
“Com sua evolução, observam-se dificuldades na linguagem e nas funções executivas, como planejamento e organização e alterações visuoespaciais. Em fases mais avançadas, observa-se o acometimento também de funções motoras, com uma maior dificuldade para se locomover, quedas frequentes e dificuldade na deglutição (disfagia)”, afirma a médica.
Capacidade de comunicação diminui com o avanço do Alzheimer
De acordo com estudos, a fala também pode ser afetada. Chamada de apraxia verbal, trata-se de um distúrbio que prejudica a musculatura da fala e interfere na verbalização voluntária de fonemas. O paciente com Alzheimer pode ter a fala arrastada, usar poucas palavras na comunicação e falar pausadamente.
“Com a evolução da patologia, há o acometimento de outras regiões do cérebro além do hipocampo, como o córtex cerebral, que é essencial para a linguagem e o raciocínio, a memória e pensamentos abstratos”, revela Dra. Thaísa. Por isso, podemos considerar a dificuldade na fala como um dos sintomas de Alzheimer e que deve ser acompanhado pelo médico do indivíduo.
Terapia para a fala faz parte do tratamento de Alzheimer
O tratamento da doença, de acordo com a Dra. Thaísa, vai muito além de um simples remédio para Alzheimer. Apesar de não ter cura, é possível otimizar a qualidade de vida do paciente e também contribuir para a rotina da família e dos cuidadores, ajudando a prevenir acidentes, por exemplo. O tratamento deve ser adequado ao estágio do Alzheimer: leve, moderado ou severo, mas Dra. Thaísa enfatiza: “É fundamental o diagnóstico e o tratamento em fases iniciais, promovendo uma melhor resposta terapêutica”.
Para adotar uma terapia completa, outros especialistas devem ser considerados, inclusive com relação à fala, conforme explica a médica: “O tratamento não farmacológico é de extrema importância, com alimentação adequada, exercício físico, acompanhamento multiprofissional com fonoaudiologia, terapia ocupacional e controle de comorbidades, como hipertensão, diabetes e dislipidemia”.
Referências:
BRASIL, Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Conhecer a demência, conhecer o Alzheimer: o poder do conhecimento – Setembro, Mês Mundial do Alzheimer. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/conhecer-a-demencia-conhecer-o-alzheimer-o-poder-do-conhecimento-setembro-mes-mundial-do-alzheimer/. Acesso em 06/09/2022.
Cera, Maysa Luchesi et al. Manifestações da apraxia de fala na doença de Alzheimer. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia [online]. 2011, v. 16, n. 3 [Acessado 6 Setembro 2022] , pp. 337-343. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsbf/a/GM6X6PHsQQ39DpJmNz5b5Wt/abstract/?lang=pt. Epub 28 Out 2011.