A micose é um tipo de afecção da pele e das mucosas causada por fungos e que também pode afetar as unhas e o couro cabeludo. A doença se manifesta de formas variadas, dependendo inclusive do local afetado, e ocorre quando os fungos encontram condições favoráveis para se proliferar. Calor, umidade, uso de antibióticos sistêmicos por longo prazo e imunidade baixa são algumas dessas condições.
Causas para o aparecimento da micose
Como os fungos estão amplamente distribuídos no solo, nos animais e em alguns indivíduos, podem ser transmitidos pelo contato direto com esses ambientes e com pessoas infectadas, ou pelo contato indireto através de materiais contaminados. Por essa razão, o surgimento das micoses é determinado por diversos fatores.
“Além disso, a presença de feridas na pele pode facilitar a penetração dos fungos. O uso de roupas e calçados fechados e de material sintético e a exposição a ambientes quentes e úmidos também facilitam a transmissão”, complementa a dermatologista Karina Lopes. Excesso de suor e problemas na circulação sanguínea também aparecem como fatores de risco.
Quais áreas são mais afetadas pela doença?
A maior parte das micoses afeta a pele, as chamadas dermatofitoses, especialmente nos pés e na virilha. Outras manifestações comuns da doença são a pitiríase versicolor, também conhecida como “pano branco”, e a candidíase, frequentemente associada às DSTs, já que afeta muitas vezes o trato vaginal, mas que também pode aparecer na pele. “Na pele, a candidíase aparece em áreas de dobras como lesões avermelhadas com coceira ou ardência. É mais comum em trabalhadores que manuseiam água”, afirma a dermatologista Bianca Venturini.
Sintomas da micose
Os sintomas mais comuns das micoses são lesões de pele, as quais, em geral, se apresentam de forma avermelhada e com descamação. A coceira é comum nessas lesões. Pode haver ainda alterações nas unhas e no couro cabeludo. “O diagnóstico deve ser feito por um dermatologista, profissional apto a diferenciar as micoses de outros problemas de pele”, afirma Karina.
Outros sinais da micose são a frieira (lesão na pele com descamação e coceira que geralmente se dá entre os dedos dos pés) e a impingem, lesão arredondada, contagiosa, com bordas levemente avermelhadas que também coçam e descamam. Quando a região entre os dedos é atingida, podem ocorrer dor e fissuras. A virilha é outra área comum de manifestação da doença.
Tratando e prevenindo a micose
O tratamento das micoses é feito à base de medicações antifúngicas prescritas pelo dermatologista. Dependendo do caso, essas medicações podem ser de uso tópico, através de cremes e pomadas, ou de uso sistêmico. A adoção de hábitos rotineiros simples também ajuda a controlar os efeitos da infecção.
“É de igual importância adotar hábitos para evitar a transmissão, tais como o uso de vestuário fresco, sapatos abertos e secar bem a região acometida pela micose”. Ter bons cuidados de higiene, no geral, evitar andar descalço em pisos úmidos ou públicos e utilizar roupas de algodão para que a pele consiga respirar, são outras recomendações.
Lesões mais complicadas
Dos tipos de micose, aquelas que afetam as unhas são mais complicadas e, por isso, tem tratamento mais demorado. Em alguns casos, pode ser necessário manter a medicação por até 12 meses. As infecções mais graves exigem comprimidos orais ou injeções, enquanto as mais superficiais normalmente conseguem ser solucionadas apenas com cremes antifúngicos. “As lesões tendem a ser mais extensas e recidivantes em indivíduos com imunidade reduzida”, completa Karina.
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