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Dormir muito é sinal de um quadro de depressão?

Depressão
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3 de novembro de 2023

A depressão é uma doença psiquiátrica capaz de transformar a realidade de um paciente, modificar sua relação com amigos e familiares e reduzir seu desempenho nos estudos e também no ambiente de trabalho. A tristeza profunda é um dos principais sintomas, mas existem outros. Dormir muito, por exemplo, pode ser um sinal de depressão.

Alterações no sono é apenas um dos sintomas da depressão


No entanto, o excesso de horas dormidas não é suficiente para o médico constatar um caso de depressão, já que o diagnóstico da doença deve ser feito com base em diversos fatores. “A alteração do sono é apenas um dos critérios. É preciso uma investigação muito bem feita para fechar um diagnóstico. Pode ser ‘apenas’ uma necessidade de adequar o sono”, afirma o psiquiatra Marcelo Calcagno Reinhardt.

Para alguns pacientes depressivos, dormir bastante pode se tornar uma maneira de fugir da realidade repleta de problemas e dos sintomas provocados pela doença. Por outro lado, insônia e outras alterações do sono, como acordar várias durante a noite ou passar a acordar muito cedo, também são sintomas vistos em pessoas com depressão.

Depressão pode diminuir a vontade de comer


“Outros sintomas seriam anedonia, irritabilidade, alteração de apetite, diminuição da energia ou cansaço, agitação ou lentidão, sentimentos de culpa, redução da concentração e até pensamentos de morte”, alerta o especialista. Ansiedade, pessimismo e dores corporais inexplicadas também podem ser sintomas da depressão.

O apoio de amigos e familiares é importante para superar o problema. Segundo o profissional, uma pessoa próxima pode e deve sugerir a procura pelo auxílio de um psiquiatra para diagnosticar e tratar a depressão quando qualquer um dos sintomas da doença for detectado, mas principalmente diante do desejo de suicídio e quando houver riscos e prejuízos importantes causados pelos sintomas.

 

Quando pensar em depressão?

 

Tristeza não é sinônimo de depressão. O episódio depressivo se caracteriza pela presença, por pelo menos 2 semanas consecutivas, de 5 das 9 manifestações a seguir, ocorrendo na maior parte do dia, quase todos os dias; obrigatoriamente uma das manifestações deve ser humor deprimido ou perda do prazer em atividades:

– Humor deprimido: sentir-se triste, sem esperança; isso pode ser percebido por outras pessoas;

– Diminuição ou perda do prazer em atividades: menor interesse em passatempos ou em atividades que anteriormente o indivíduo considerava prazerosas; o individuo muitas vezes fica mais retraído socialmente;

– Inquietação ou estar mais lento que seu habitual, e isso é percebido por outras pessoas;

– Alteração de apetite e/ou de peso: pode ser para mais ou para menos, ou seja, pode ocorrer (de forma não intencional) aumento de apetite, aumento de peso, redução de peso, redução de apetite (exemplo: o indivíduo precisa se esforçar para se alimentar);

– Alteração do sono: excesso de sono ou insônia;

– Fadiga ou falta de energia: cansaço mesmo sem esforço físico pode ser relatado pelo indivíduo, bem como dificuldade em realizar tarefas;

– Sentimentos de inutilidade ou de culpa excessiva ou inapropriada: o indivíduo pode, por exemplo, ficar ruminando pequenos fracassos do passado;

– Dificuldade de se concentrar ou de pensar: os indivíduos podem se queixar de dificuldades de memória;

– Pensamentos de morte ou planejamento para cometer suicídio.

Tais alterações representam mudança em relação ao funcionamento anterior do indivíduo, e causam sofrimento e/ou prejuízos no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

Lembre-se: depressão não é só no setembro amarelo! Se você sentir que está diferente do seu habitual ou notar diferença em alguém com quem convive, procure ou oriente a procura de ajuda médica e psicológica!

Este material tem caráter meramente informativo e não tem a intenção de substituir avaliação ou conduta médica. Siga sempre as orientações de seu médico assistente.

Dr. Marcelo Calcagno Reinhardt é psiquiatra, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) e atua em Florianópolis (SC). CRM-SC: 10573

 

Foto: Shutterstock

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