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    Dor e depressão: Onde esse sintoma pode se manifestar durante um quadro depressivo?

    Depressão
    Sintomas

    Por Dr. Giovani Missio e Dra. Stephanie Toscano Kasabkojian

    27 de dezembro de 2018

    A depressão é um transtorno psiquiátrico em que ocorre, dentre outras alterações, um desequilíbrio na quantidade de neurotransmissores que atuam no cérebro, como a serotonina. Sua principal característica é a tristeza profunda sentida pelos pacientes e/ou a perda de interesse/prazer em atividades, mas seu impacto vai muito além e envolve até mesmo sintomas físicos: muitas pessoas com depressão podem reclamar de dores físicas frequentes.

    Depressão pode estar associada à dor de cabeça e à dor nas articulações

     

    “A depressão se manifesta com uma sobreposição de sintomas emocionais, cognitivos e físicos. Dores inespecíficas e não explicadas por outras condições médicas são uma das principais queixas de sintomas físicos nestes pacientes. Essa associação agrava tanto o quadro de dor quanto o quadro de depressão”, afirma o psiquiatra Giovani Missio.
    “Em ambientes de atenção primária, as dores mais comuns apresentadas por pacientes são dor de cabeça, articular, abdominal e torácica”, explica o médico. Além disso, a doença também pode provocar um estado constante de tensão na nuca e nos ombros.

    Maioria dos pacientes com depressão sente dores físicas

     

    Segundo o psiquiatra, cerca de 65% dos pacientes deprimidos se queixam de dores e 52% das pessoas com dores crônicas apresentam algum grau de depressão. Essa relação é bastante conhecida, mas as causas ainda são investigadas. Uma suspeita é que a dor física esteja ligada à inflamação dos neurônios e à capacidade de adaptação do sistema nervoso.  
    O tratamento da depressão é importante para controlar o transtorno e interromper as dores físicas e outros sintomas, contribuindo para melhorar a qualidade de vida do paciente. Em geral, a dor é tratada com medicamentos, como certos tipos de antidepressivos e anticonvulsivantes.

    Quando pensar em depressão?

     

    Tristeza não é sinônimo de depressão. O episódio depressivo se caracteriza pela presença, por pelo menos 2 semanas consecutivas, de 5 das 9 manifestações a seguir, ocorrendo na maior parte do dia, quase todos os dias; obrigatoriamente uma das manifestações deve ser humor deprimido ou perda do prazer em atividades:

    – Humor deprimido: sentir-se triste, sem esperança; isso pode ser percebido por outras pessoas;

    – Diminuição ou perda do prazer em atividades: menor interesse em passatempos ou em atividades que anteriormente o indivíduo considerava prazerosas; o individuo muitas vezes fica mais retraído socialmente;

    – Inquietação ou estar mais lento que seu habitual, e isso é percebido por outras pessoas;

    – Alteração de apetite e/ou de peso: pode ser para mais ou para menos, ou seja, pode ocorrer (de forma não intencional) aumento de apetite, aumento de peso, redução de peso, redução de apetite (exemplo: o indivíduo precisa se esforçar para se alimentar);

    – Alteração do sono: excesso de sono ou insônia;

    – Fadiga ou falta de energia: cansaço mesmo sem esforço físico pode ser relatado pelo indivíduo, bem como dificuldade em realizar tarefas;

    – Sentimentos de inutilidade ou de culpa excessiva ou inapropriada: o indivíduo pode, por exemplo, ficar ruminando pequenos fracassos do passado;

    – Dificuldade de se concentrar ou de pensar: os indivíduos podem se queixar de dificuldades de memória;

    – Pensamentos de morte ou planejamento para cometer suicídio.

    Tais alterações representam mudança em relação ao funcionamento anterior do indivíduo, e causam sofrimento e/ou prejuízos no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

    Lembre-se: depressão não é só no setembro amarelo! Se você sentir que está diferente do seu habitual ou notar diferença em alguém com quem convive, procure ou oriente a procura de ajuda médica e psicológica!

    Este material tem caráter meramente informativo e não tem a intenção de substituir avaliação ou conduta médica. Siga sempre as orientações de seu médico assistente.

    Foto: Shutterstock

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