Insônia e depressão estão diretamente ligadas, pois uma pode provocar a outra: a insônia facilita o desenvolvimento de um quadro depressivo, assim como uma pessoa diagnosticada com depressão muitas vezes apresenta dificuldade para dormir, em função do transtorno mental que a atormenta.
Insônia e depressão
“Existe uma clara relação da insônia com a depressão. A cada 10 pacientes deprimidos, oito apresentam alteração no padrão de sono. A dificuldade para dormir pode manifestar-se antes, durante ou depois da depressão, sendo sempre importante o diagnóstico e tratamento logo no começo. Pessoas com problemas de sono também têm maior chance de apresentar sintomas depressivos do que aquelas sem insônia”, informa o médico do sono Franco Martins.
Uma das explicações para a falta de sono prejudicar a saúde mental é que, ao dormir pouco, o indivíduo não consegue organizar em seu cérebro as memórias adquiridas recentemente das antigas, o que poderia resultar em um ciclo repetitivo de pensamento negativos. No caso da depressão que resulta em insônia as disfunções cerebrais, o estresse e a ansiedade típicos do quadro atrapalham o sono.
Tratamento da insônia com depressão associada
Pensar no tratamento para a dificuldade em dormir quando há depressão associada é mais complicado, visto que são dois quadros complexos e ambos precisam ser controlados para que o paciente melhore nas duas “frentes”. “Primeiramente, se controla a depressão e depois aborda-se a insônia residual. Esse processo geralmente leva um mês ou um pouco mais”, afirma Martins.
O uso de medicamentos é importante para os dois tratamentos, mas outras medidas também podem ajudar. O acompanhamento psicológico também é essencial para auxiliar o tratamento das duas patologias. “Porém, é comum haver resistência do paciente. Algumas pessoas acham mais fácil creditar tudo às pílulas quando existem conflitos internos a serem trabalhados e maus hábitos de sono”, conclui o especialista.
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