Quando falamos de doenças respiratórias, a DPOC, doença pulmonar obstrutiva crônica, é uma das mais graves. Por isso, neste 17 de novembro, Dia Mundial da DPOC, convidamos o pneumologista José Eduardo Martinelli para esclarecer as principais dúvidas sobre essa doença e o quanto ela pode impactar na qualidade de vida. Confira!
DPOC: o que é? Quais são os principais sintomas?
A DPOC é um conjunto de doenças que afetam a saúde do sistema respiratório, mas a maior parte dos casos se restringe a dois problemas: o enfisema pulmonar e a bronquite crônica. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), cerca de 7 milhões de brasileiros têm a doença, que é mais comum após os 50 anos de idade.
O pneumologista diz que em relação à DPOC, sintomas podem ser algo bem variável de pessoa para pessoa: “A DPOC pode tender mais para um extremo ou para outro. Predominando um dos lados, você tem os sintomas de bronquite ou enfisema. Quando há predomínio enfisematoso, o principal sintoma dominante é a falta de ar; se o predomínio é da bronquite, os sintomas mudam completamente e a pessoa apresenta tosse, chiado, ronqueira, falta de ar, expectoração amarelada e febre”.
Fumar faz mal à saúde de diversas maneiras, mas quando o assunto é a doença pulmonar obstrutiva crônica, o hábito pode ser determinante para o seu desenvolvimento. “Existem vários fatores de risco, muitos associados à inalação de alguma substância, mas o principal é o tabagismo. Outro fator importante é a queima de biomassa, ou seja, pessoas que cozinham em fogão a lenha e aspiram aquela fumaça também podem desenvolver DPOC. Porém, fumar é o que mais causa a doença”, ressalta Dr. Martinelli.
Qualidade de vida pode ser afetada pela DPOC
A qualidade de vida de quem convive com a doença pode ser muito prejudicada. Afinal, não existe cura para a DPOC. O tratamento apenas permite um controle sobre a piora do problema. “À medida que a DPOC avança, o paciente fica cada vez mais restrito, sem poder caminhar ou fazer esforço. Tem pessoas que não conseguem nem tomar banho, tamanha a falta de ar que eles desenvolvem no esforço dessa tarefa”, comenta o especialista.
Quando há dependência de oxigênio, o quadro piora mais ainda. “Há quem não consiga apagar um palito de fósforos a um palmo de distância da sua boca, tão grave é a falta de ar. Muitas vezes, por conta disso, a pessoa desenvolve depressão e ansiedade, que pioram muito o quadro clínico da doença”, afirma Dr. Martinelli.
Apesar de grave, a qualidade de vida pode ser recuperada em parte com o tratamento adequado. A primeira ordem do médico é clara: é preciso parar de fumar. “Para que o paciente tenha uma melhor qualidade de vida, o tratamento deve atuar o quanto antes na cessação do tabagismo. Existem hoje vários medicamentos muito eficientes que controlam muito a doença, claro que dependendo da fase em que ela se encontra, mas proporcionando uma qualidade de vida, melhorando o desempenho físico do paciente”, alerta o especialista. Além disso, o médico enfatiza que a fisioterapia respiratória é essencial para o controle da doença.
Dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT): https://sbpt.org.br/portal/video-dpoc-2019/