Câncer é uma palavra que ninguém gosta de ouvir, principalmente quando vem acompanhada de um diagnóstico médico. O que há algumas décadas era uma doença pouco falada, hoje se tornou algo muito mais frequente, já que é comum conhecer alguém que já teve um tumor ou passou por tratamentos contra o câncer. Aliás, a tendência é que o número de pacientes oncológicos continue bem alto: de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil por ano no período entre 2023 e 2025.
Junto com esse cenário, a importância do papel do médico oncologista, não só na descoberta e no tratamento, mas também em como prevenir o câncer, merece ser destacada. No dia 9 de julho, é comemorado o Dia do Oncologista e, para ressaltar a relevância desse profissional na vida do paciente oncológico e de sua família, o Cuidados Pela Vida, em parceria com o médico oncologista Fernando Zamprogno, preparou um artigo geral sobre câncer, como uma maneira de alertar as pessoas sobre a doença e a necessidade de se cuidar ao longo de toda a vida e de procurar um especialista assim que os primeiros sintomas de câncer forem notados. Veja só!
Oncologia: o que é essa especialidade?
A Oncologia é a especialização médica que ajuda no diagnóstico, no tratamento e na prevenção de tumores e vários tipos de cânceres. De acordo com o Instituto Oncoguia, a palavra oncologia tem origem em duas acepções: na palavra grega “onkos” (onco), que significa massa, tumor, e no termo “logia”, que significa estudo. Sendo assim, podemos afirmar que a Oncologia é o ramo da Medicina que realiza o estudo de tumores e o profissional responsável por essa área é o oncologista, popularmente conhecido como médico do câncer.
Qual é a função de um médico oncologista?
O oncologista é um profissional muito importante no tratamento do câncer e essencial para compartilhar informações sobre a doença e ajudar a promover o bem-estar do paciente após o diagnóstico. Confira algumas de suas principais funções:
- Realizar o diagnóstico de câncer;
- indicar os melhores tratamentos contra o câncer, como quimioterapia e radioterapia, avaliando as particularidades de cada caso;
- acompanhar o paciente oncológico ao longo de todo o tratamento;
- receitar medicamentos que ajudam a diminuir os sintomas de câncer e os incômodos provocados pela doença, como dores locais.
Qual é a diferença entre um tumor benigno e um tumor maligno?
Tumor e câncer são palavras que estão frequentemente associadas. Um tumor nada mais é que um crescimento celular anormal que pode surgir em qualquer parte do organismo. Quando o paciente descobre que tem um tumor, a primeira questão a ser respondida é se o tumor em questão é benigno ou maligno. Mas, o que cada um desses tipos significa?
De acordo com o oncologista Fernando Zamprogno, existem várias características que diferenciam esses tumores: “Tumores benignos são aqueles de comportamento passivo, que não ameaçam a vida de ninguém, possuem o crescimento muito lento e, em geral, sem a capacidade de se espalhar pelo corpo, como os lipomas e os miomas. Já os tumores malignos têm a capacidade de invadir tecidos em que não se originaram e viajar no corpo, provocando a metástase”, esclareceu o especialista. Sendo assim, é importante esclarecer uma diferença fundamental:
- Nem todo tumor é câncer;
- mas todo câncer é um tumor maligno.
É possível um tumor benigno tornar-se um tumor maligno?
Dr. Fernando afirma que é raro, mas é possível que um tumor benigno se transforme em um tumor maligno. O médico oncologista explica em que casos essa transformação pode ocorrer: “Existem tumores malignos causados por vírus, que têm fases antes de se tornar câncer em que o vírus se manifesta de modo mais benigno, digamos. Um exemplo é o câncer de colo de útero, que começa com lesões precursoras, não malignas, mas que precisam ser removidas e, caso não sejam, podem se transformar em malignas”, alertou o profissional.
O que causa o câncer?
A causa do câncer é muito diversificada. No geral, o câncer é causado por mutações que alteram as estruturas do DNA, mas não existe uma causa específica apenas para que ele se desenvolva. Dr. Fernando enfatiza que é um conjunto de fatores de risco que resultam no surgimento da doença: “Dentre eles, nós temos tabagismo, que é a maior causa de câncer evitável, vírus, como o vírus da hepatite B, vírus da hepatite C, o HPV, o HTLV, o Epstein-Barr vírus e o HIV – todos são vírus que podem causar câncer em algum momento da sua evolução”. Outras causas relacionadas são:
- Obesidade;
- sedentarismo;
- dieta rica em produtos processados e ultraprocessados;
- gordura saturada;
- baixa quantidade de fibras na alimentação;
- exposição solar em excesso;
- predisposição genética familiar, que corresponde a 15% dos casos de câncer.
Sobre a predisposição genética, o oncologista explica que quando uma pessoa nasce com um gene já mutado, acaba tendo uma predisposição maior à doença: “Cerca de 90% desses indivíduos vão ter um câncer, pelo menos, até os 60 anos de idade”.
Tipos de câncer: conheça os 10 mais comuns
- Câncer de pele;
- câncer de mama;
- câncer de próstata;
- câncer de ovário;
- câncer do colo do útero;
- câncer de pulmão;
- câncer colorretal;
- câncer no estômago;
- câncer no fígado;
- câncer na tireoide.
Quais são os sintomas de câncer?
É importante ressaltar que o câncer, independentemente do tipo, não causa nenhum sinal alarmante quando surge. “O sintoma é um evento mais avançado, quando a doença já está com determinado volume, dependendo do local onde ela surgiu. Então, quando eu espero os sintomas, muitas vezes, acabo chegando atrasado na doença”, alertou o médico oncologista. Quando resolvem aparecer, os sintomas do câncer podem afetar (e muito) a qualidade de vida do paciente de diversas formas, causando, por exemplo:
- Dor;
- perda de apetite;
- alteração de comportamento;
- falta de ar;
- diarreia;
- constipação.
É importante ressaltar que cada tipo de câncer, em determinado local, pode provocar um sinal específico. “Não existe um sintoma que afirma que há um câncer que está por trás dele. Os sintomas são inespecíficos e é isso que faz ser mais difícil essa descoberta por meio dessas manifestações”, destacou o Dr. Fernando.
Entenda a importância do diagnóstico precoce!
O diagnóstico precoce sempre é a chave do sucesso dos tratamentos contra o câncer. “Todas as campanhas que temos mundialmente falando sobre câncer de mama, câncer de colo uterino, câncer de intestino grosso, cólon, câncer de pulmão e câncer de próstata para um diagnóstico precoce é porque sabemos que isso provoca o maior impacto na sobrevida. Muito mais que a quimioterapia, que bloqueios de hormônio e radioterapia é a cirurgia a ser feita no momento certo”, reforçou o oncologista. Por isso, é tão necessário fazer check-ups médicos regularmente, principalmente se você tem predisposição à doença.
Conheça as formas de tratamento do câncer
Uma vez que você recebeu o diagnóstico de câncer, as medidas adotadas para o tratamento irão variar para cada tipo de câncer e para as particularidades do caso. Entretanto, o Dr. Fernando explica que, de maneira geral, o paciente oncológico vai passar por cirurgia, discussão de quimioterapia, bloqueio de hormônio, terapia-alvo ou radioterapia – mais uma vez, vai depender do tipo de câncer.
“Quando dizemos quimioterapia, não estamos falando de um tratamento, mas de uma modalidade. Existe mais de 300 drogas que podemos usar para tratar. Em algumas situações, é possível misturar alguns tratamentos para que o paciente tenha uma chance de cura maior. Além disso, tem a cirurgia que sempre fará parte do processo”, detalhou o especialista.
Dois casos de câncer que não precisam de cirurgia são os linfomas e as leucemias, devido à peculiaridade dessas doenças, que se apresentam na medula ou nos vasos linfáticos. Mas, mesmo assim, é possível tratar com a quimioterapia.
Dia Mundial do Câncer
O Dia Mundial do Câncer acontece em 04 de fevereiro e é uma oportunidade única para compartilhar e aprender informações sobre prevenção e controle de vários tipos de cânceres e tumores, além de levar questões atuais sobre a doença à população.
De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, vinculada ao Ministério da Saúde, 7,6 milhões de pessoas no planeta morrem em decorrência da doença a cada ano. Dessas, 4 milhões têm entre 30 e 69 anos. A previsão para 2025 é de que 6 milhões de mortes ocorram por ano. Um dado muito importante é que, segundo estimativas, cerca de 1,5 milhão de mortes poderiam ser evitadas com medidas adequadas a cada ano. Por isso, o papel do médico oncologista é fundamental para a prevenção e a conscientização dessa condição.
Dia do Oncologista
No dia 9 de julho, é comemorado o Dia do Oncologista. Esse médico é especializado no tratamento do câncer, no cuidado do paciente oncológico e na prescrição dos mais diversos tipos de tratamentos comprovados cientificamente, como quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica. Sem esse especialista, não seria possível ter um diagnóstico concreto da doença. Sem falar que é por meio dele que o paciente consegue ter um tratamento de confiança e de qualidade.