O câncer gástrico, também conhecido como câncer de estômago, é o terceiro tipo da doença mais frequente entre homens e o quinto entre as mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Trata-se de um problema que pode ser causado tanto por hábitos de vida quanto por doenças, como a infecção causada pela bactéria H. pylori.
Maioria dos casos de úlceras estomacais é causada pela H. pylori
“Boa parte das úlceras benignas no estômago, cerca de 30 a 60% dos casos, e a maioria das úlceras no duodeno, entre 50 e 80% dos casos, é causada pela Helicobacter pylori. Sabemos disso por vários motivos, mas principalmente porque, se a bactéria for tratada e não houver outras causas, como uso de anti-inflamatórios, as úlceras não voltam mais”, explica o gastroenterologista Stéfano Gonçalves.
A fim de se prevenir contra uma nova infecção da bactéria, é imprescindível higienizar corretamente verduras, frutas e legumes antes do consumo, lavar as mãos antes das refeições, evitar contato com água ou solo contaminados e evitar compartilhar talheres e outros itens pessoais. Vale lembrar que os sintomas da infecção pela H. pylori, como desconfortos abdominais, náuseas, vômitos e perda de apetite, podem ser confundidos com outros problemas estomacais. Por isso, para evitar maiores complicações, é fundamental buscar ajuda médica logo que sentir os sintomas.
Hereditariedade aumenta o risco de desenvolver câncer gástrico
Embora a genética influencie o surgimento de casos de câncer de estômago, aumentando os riscos em aproximadamente três vezes, o médico esclarece que apenas os casos na família, como fator isolado, não são capazes de desencadear o quadro. “O câncer gástrico surge quando, além do fator genético, ocorre uma inflamação crônica do estômago ao longo de décadas, sendo a principal causa dessa inflamação a infecção pela bactéria Helicobacter pylori”, informa o especialista.
A infecção pela H. pylori, por sua vez, tem relações com fatores sanitários e não genéticos, como o contato com água ou alimentos contaminados ou com fezes de um portador da bactéria. Segundo o médico, tratar a infecção, especialmente em pacientes com histórico familiar de câncer gástrico, reduziria o risco de câncer, uma vez que se interromperia a ação inflamatória desencadeada pelo micro-organismo.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA): https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-estomago