O H. pylori é uma bactéria dotada de flagelos em formato de cílios compridos que lhe permitem se fixar à parede do estômago. Dentro do órgão, o micro-organismo transforma a ureia presente no suco gástrico em amônia e gás carbônico, num processo que fornece a energia necessária para sua sobrevivência. A gastroenterologista Amanda Medeiros explica como essa bactéria forma as temidas úlceras no estômago.
“A bactéria H. pylori produz enzimas que degradam as células do estômago e do duodeno e diminuem a camada de muco que protege os órgãos, causando danos na mucosa gástrica ou duodenal, como gastrite, bulboduodenite e úlcera péptica”, explica a médica. A bactéria é responsável por 50% a 70% dos casos de úlceras duodenais e 30% a 50% dos casos de úlceras no estômago.
Úlceras no estômago provocam dor e queimação
Há casos em que as úlceras não causam sintomas, mas elas geralmente se apresentam com sensação de queimação na região do estômago, que se manifesta especialmente com o estômago vazio. “A ausência de alimentos para digerir permite que os ácidos irritem a ferida. A dor pode despertar o paciente à noite e tende a desaparecer com a ingestão de alimentos ou antiácidos”, afirma a especialista.
Quando as úlceras se formam no duodeno, a parte inicial do intestino delgado, a dor costuma desaparecer depois de uma refeição, reaparecendo mais tarde (ritmo dói-come-passa-dói-come-passa). Essas úlceras podem provocar vômitos com sinais de sangue e também fezes escurecidas ou avermelhadas, indicando a presença de sangue.
Como aliviar a dor causada pelas úlceras?
Para amenizar os sintomas, é fundamental que o paciente procure ajuda médica assim que suspeitar das úlceras no estômago. Depois do diagnóstico, o profissional poderá recomendar, como tratamento, medicações que diminuem a produção de ácido gástrico e, caso seja constatada a presença de H. pylori, poderá indicar o uso de antibióticos.
E para evitar o surgimento das úlceras, existem algumas medidas bem simples, como diminuir o nível de estresse, não fumar e fazer refeições menores, mais leves e em um intervalo menor. Doutora Amanda também aconselha a evitar o consumo de chá preto e verde, café, refrigerantes, bebidas alcoólicas, aspirina e anti-inflamatórios.
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