O TOC, transtorno obsessivo-compulsivo, é uma doença caracterizada por pensamentos obsessivos que atrapalham a rotina e que são aliviados por meio das compulsões, comportamentos e rituais repetitivos. A doença é vista com mais frequência entre os adultos, mas também afeta as crianças. Por isso, é importante que pais e responsáveis saibam como identificar os principais sinais do transtorno.
Nas crianças com TOC, é mais fácil perceber as compulsões
“A idade média de início do TOC é 19 anos. Entretanto, o quadro pode ter início na infância, sendo que, em 25% dos pacientes, tem início antes dos 14 anos”, afirma a psiquiatra Érika Mendonça de Morais. Nos casos precoces, são os meninos que têm o maior risco de desenvolver a doença, respondendo por 50% a 75% dos casos.
A atenção dos pais, professores e responsáveis é fundamental para diferenciar os sintomas do TOC de manias comuns na infância e na adolescência. “Na infância, as compulsões, comportamentos feitos para aliviar as obsessões, são mais facilmente diagnosticadas, pois as crianças nem sempre conseguem falar sobre as obsessões”, explica a profissional.
Crianças têm obsessões ligadas à perda de familiares
O TOC, ao contrário das manias, causa sofrimento à criança, atrapalhando sua rotina, seja em casa ou na escola, e prejudicando toda a dinâmica da família. Um exemplo comum é a criança que não aceita usar a borracha para apagar um erro no caderno e acaba rasgando toda a folha. Há casos também de rituais realizados na hora de fazer o dever de casa.
Quanto ao conteúdo das obsessões e das compulsões, a especialista diz que é possível observar diferenças relacionadas aos estágios do desenvolvimento do indivíduo. As crianças, por exemplo, têm mais pensamentos obsessivos ligados a acidentes ou à perda de pessoas próximas. Elas se preocupam exageradamente com os pais, sem que haja motivo.
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