O TOC é um transtorno psiquiátrico que se caracteriza pela manifestação de obsessões e compulsões. As compulsões são mais perceptíveis porque são formas de comportamento que se assemelham a rituais, como lavar as mãos ou procurar uma chave no bolso mais de 20 vezes.
O que são obsessões
As obsessões vêm antes. São elas que desencadeiam as compulsões: tratam-se de ideias e imagens que invadem a mente de uma pessoa com TOC de maneira involuntária e incontrolável. Esses pensamentos geram desconforto e angústia, fazendo o indivíduo buscar nas compulsões uma maneira de aliviar o estresse e a ansiedade.
Segundo o psiquiatra Eduardo Aratangy, as obsessões mais identificadas em pacientes com o transtorno são ligadas a contaminação, limpeza, checagem, insegurança e controle. Ele afirma, entretanto, que há muitas outras: “Existem infinitas possibilidades, já que o que caracteriza as obsessões não é o assunto, mas a estrutura e a forma como o pensamento se interpõe à mente”.
Difícil percepção e graves danos
Por não serem manifestadas fisicamente, as obsessões se tornam mais difíceis de serem percebidas por familiares e por um especialista. Para que um psiquiatra possa identificá-las, é preciso que o paciente consiga percebê-las e fazer um relato. As compulsões, porém, podem servir como pistas. “Alguém que tenha obsessões com contaminação e doenças acaba tendo comportamentos repetitivos, como lavar as mãos insistentemente para se sentir limpo ou descontaminado”, explica Aratangy.
As obsessões causam sérios problemas à mente de uma pessoa com TOC e, segundo o psiquiatra, se assemelham aos danos provocados pela esquizofrenia. “Retração social, horas gastas nas compulsões, impossibilidade de desviar os pensamentos, dificuldades no trabalho e estudo são claros exemplos de prejuízo ligados ao transtorno”, explica o médico. No entanto, a combinação entre o uso de medicamentos e psicoterapias têm oferecido bons resultados aos pacientes.
Dr.Eduardo Wagner Aratangy é psiquiatra, formado pela USP e atua em São Paulo. CRM-SP: 116020