O transtorno obsessivo compulsivo, ou simplesmente TOC, é uma doença psiquiátrica que envolve a presença de obsessões, que são pensamentos repetitivos e intrusivos, sobre os quais o indivíduo não tem controle, e as compulsões, comportamentos feitos para aliviar as obsessões, também chamados de rituais. O distúrbio, segundo a psiquiatra Érika Mendonça de Morais, pode aparecer logo nos primeiros anos de vida.
Crianças e adolescentes podem apresentar sintomas do TOC
“Os sintomas podem começar a se manifestar desde a infância, mas este transtorno também pode iniciar na adolescência ou na idade adulta”, afirma a profissional. A forma como a doença se apresenta é diferente em cada faixa etária e está relacionada à fase de desenvolvimento do paciente. Nas crianças, muitas vezes, não há consciência do prejuízo provocado pelos sintomas e nem há um sofrimento tão intenso.
Na adolescência e no decorrer da vida adulta, os sintomas são bem parecidos. “São muito comuns as obsessões de contaminação, simetria, organização e doença e os rituais mais frequentes são lavagem de mãos, checagem e contagem”, exemplifica a especialista. As crianças, às vezes, podem ter sintomas obsessivos e compulsivos considerados normais, como não pisar na linha e encostar a mão em algo. No entanto, somente quando o hábito traz prejuízos e sofrimento é que o TOC está envolvido.
Em muitos casos, crianças não percebem gravidade dos sintomas do TOC
A maior diferença entre o TOC na infância e na vida adulta, segundo Érika, é que os mais velhos percebem que estão exagerando e que os pensamentos não saem da cabeça. Por outro lado, os jovens não têm uma percepção tão clara dos sintomas e acabam demorando para perceber que realizam os rituais típicos do transtorno. Em muitos casos, são os pais ou até mesmo os professores que percebem as mudanças no comportamento.
O tratamento para o TOC não costuma apresentar variações de acordo com a idade do paciente. “O tratamento envolve psicoterapia e medicamentos em todas as faixas etárias. A psicoterapia cognitivo-comportamental é a que apresenta maior evidência de benefícios”, destaca a psiquiatra.
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