Encontrar pessoas que sofrem de Transtorno Obsessivo Compulsivo é mais comum do que se imagina. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2020 a disfunção mental estará no ranking das 10 doenças que mais comprometem a vida de um indivíduo. “O TOC é um transtorno psiquiátrico que tem como principais características as obsessões e compulsões”, explica a psiquiatra Monica Melo, afirmando que não existe uma causa única para o problema.
“Temos diversos fatores de risco, como predisposição genética, alterações funcionais e da neuroquímica cerebral, além de abuso físico e/ou sexual na infância e outros eventos estressantes que podem contribuir para o seu aparecimento”, acrescenta.
Como funciona o Transtorno Obsessivo Compulsivo?
De acordo com a especialista, as obsessões e compulsões agem de forma conjunta em um paciente que apresenta o Transtorno Obsessivo Compulsivo, mas existem diferenças entre as duas. As obsessões são ideias, pensamentos, imagens recorrentes e persistentes ou impulsos que invadem a consciência de forma totalmente intrusiva e indesejada, resultando em muita ansiedade e desconforto. “Compulsões são atos físicos ou mentais repetitivos que um indivíduo se sente obrigado a executar em resposta às obsessões ou de acordo com regras rígidas. Ele realiza tais atos na intenção de reduzir a ansiedade gerada pelas obsessões”, afirma a médica.
Quais os principais sintomas do Transtorno Obsessivo Compulsivo?
Para identificar a diferença entre o Transtorno Obsessivo Compulsivo e uma simples mania é preciso observar o quanto essas obsessões e compulsões tomam o tempo do indivíduo. Quando atrapalham sua rotina de forma geral, é necessário procurar a ajuda de um médico psiquiatra para o diagnóstico correto.
Alguns sintomas, no entanto, se destacam no diagnóstico da doença, como obsessões relacionadas a contaminações associadas a compulsões de lavagem; dúvidas excessivas seguidas de verificações; pensamentos de conteúdo inaceitável, sejam violentos, sexuais ou blasfemos; obsessões e compulsões relacionadas a ordem, simetria ou exatidão; e compulsão por armazenar objetos sem utilidade, com dificuldade de descartá-los.
A ajuda da família é fundamental no tratamento do paciente com TOC
O tratamento para o TOC pode ser feito de três formas: medicamentoso, psicoterápico ou cirúrgico. “Só são necessárias cirurgias, como neurocirurgia funcional e estimulação cerebral profunda em casos de pacientes mais graves”, pontua a psiquiatra.
Dra. Mônica explica que a família tem papel fundamental durante o tratamento de um paciente com TOC. “Os familiares podem sempre ajudar o paciente encorajando-o a enfrentar situações que costuma evitar. É importante também alertá-lo quando as verificações e os rituais estiverem em excesso, além de participar de grupos terapêuticos junto com o invíduo”, finaliza.