Quadros de depressão podem se formar pela influência de fatores ambientais, ou seja, eventos traumáticos que funcionam como gatilhos para que os sintomas da doença passem a se manifestar. Esses fatores estão geralmente ligados à perda de entes queridos, fracassos na vida pessoal ou amorosa, problemas no trabalho, entre outros.
Depressão e fatores ambientais
“Experiências adversas na infância, como perda de parentes, baixo suporte social, abuso físico ou sexual, por exemplo, aumentam o risco de uma pessoa desenvolver um quadro depressivo. Eventos estressores da vida, como desemprego e tragédias, também podem contribuir nesse sentido, assim como privação de sono e uso de substâncias psicoativas”, informa a psiquiatra Erika Mendonça.
A forma como esses fatores ambientais reagem com o cérebro, aumentando o risco de depressão, ainda não é conhecida, de acordo com a especialista. “As teorias mais aceitas atualmente falam sobre redução da serotonina cerebral e elevação dos níveis de cortisol”. Vale ressaltar que a serotonina é um neurotransmissor importante para a regulação do humor, sono, apetite, entre outras funções; enquanto o cortisol é um hormônio diretamente envolvido na resposta do corpo ao estresse e que, apesar de benéfico, pode causar problemas quando está presente em excesso.
Prevenção de quadros depressivos
Também não se sabe ao certo ainda em que nível evitar estressores diminui a chance de depressão. “Isso pode variar muito de acordo com cada pessoa, já que o ambiente interage com características genéticas”, afirma Erika. Além disso, nem todos os fatores ambientais relacionados à depressão são evitáveis. Os que podem ser controlados estão relacionados à saúde (evitar uso de drogas e álcool em excesso, estresse, etc).
Para prevenir a depressão, é importante manter mente e corpo constantemente sãos para que os mesmos sejam capazes de suportar o peso dos fatores ambientais. Isso não garante imunidade a esses fatores ou impede que a depressão, uma doença com alguma carga genética, se manifeste, mas, dessa forma, você aumenta as suas chances de se manter saudável. Prática de exercícios e atividades prazerosas em geral também são ótimos aliados de uma vida com mais saúde mental e física.
Dra. Erika Mendonça de Morais é psiquiatra formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e atua em São Paulo. CRM-SP: 124933
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