A produção e a eliminação de gases pelo organismo podem até ser constrangedoras, mas são partes da vida e, até certo ponto, são consideradas normais pelos médicos. No entanto, o ato de soltar gases costuma ser mais comum logo depois das refeições, o que está diretamente ligado ao processo de digestão da comida.
Fermentação da comida no intestino produz gases
O processo digestivo inclui bactérias que compõem a chamada flora intestinal, que fermentam o alimento, já parcialmente digerido pelo ácido do estômago. Como consequência, há formação e liberação de gases, que pode ocorrer em maior ou menor quantidade, dependendo da alimentação e até de características individuais do paciente.
“Alguns alimentos têm a característica de maior produção de gases devido à sua composição, como as leguminosas, que têm uma maior densidade de massa no grão e também uma película que dificulta a digestão”, explica a nutricionista Leticia Callado.
É o caso do feijão, ervilha, lentilha e grão-de-bico, mas também de alguns legumes, como repolho, brócolis e couve-flor. Alimentos ricos em enxofre também entram na lista: alho, cebola e carnes (bovina, suína e de frango, especialmente) são alguns exemplos.
Tipo de bactérias presentes no intestino muda produção de gases
O volume produzido de gases intestinais depois de uma refeição varia ainda de acordo com o próprio organismo da pessoa. É possível encontrar bactérias específicas em cada sistema digestivo e até uma mesma espécie em quantidades variadas pode resultar em uma produção maior ou menor de gases intestinais.
A solução seria, portanto, evitar os alimentos que causam mais gases? “Claro que não, apenas optamos por consumi-los em horários em que o metabolismo se encontra ‘mais acelerado’. Neste caso, no almoço”, afirma Leticia. No entanto, se a produção for excessiva e estiver acompanhada de outros sintomas, é importante procurar um médico para avaliar a causa por trás do problema.
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