A quantidade de gases que um indivíduo normalmente concentra em seu organismo varia entre 100 e 200ml, com eliminação média de 14 a 18 vezes ao dia. No entanto, o consumo de alguns alimentos pode fazer com que esses números aumentem, provocando ainda o acúmulo dos gases no abdomen.
Esse excesso tende a gerar desconforto com dores de intensidades variadas e pode ser sintoma de alguma doença. Todavia, o incômodo em si não causa nenhum problema à saúde. Essa maior concentração de gases se deve à digestão mais demorada de alguns alimentos, principalmente aqueles chamados fermentativos.
Frutas, feijão, cerveja e refrigerantes causam gases
“A digestão de alguns alimentos envolve a ação de bactérias da nossa flora intestinal e a formação de mais ou menos gases. A dieta rica em alguns açúcares (maçãs, peras, pêssegos, ameixas, cebola, alcachofra, feijão, repolho, couve de Bruxelas, aspargos), amido (batata, milho, trigo) e fibras tende a produzir mais gases”, explica o gastroenterologista Stéfano Gonçalves Jorge. “O sorbitol e outros tipos de açúcar não absorvíveis usados em produtos ‘diet’ também podem produzir mais gases que o habitual”, completa.
Além da ingestão desses alimentos, o consumo de bebidas gaseificadas como cerveja e refrigerantes, a aerofagia (hábito subconsciente de engolir ar que está associado, principalmente, à ansiedade e distúrbios alimentares) e diversos outros fatores, podem levar ao aumento da produção de gases no abdome.
Doenças e acúmulo de gases
O médico explica que algumas doenças também podem causar o problema. “Quando há deficiência de absorção de componentes pela dieta, eles são fermentados no intestino e o resultado disso é o aumento no volume de gases. No nosso meio a principal causa é a intolerância a lactose, que chega a afetar ao redor de 50% dos adultos brasileiros e leva a falta de absorção intestinal do açúcar do leite que está presente não apenas no leite, mas também em queijos, chocolate, manteiga e tudo o que leva leite na fabricação”.
Foto: Shutterstock