Apesar de todos os avanços que ocorreram no tratamento, a cura para o parkinson ainda não foi descoberta. Já se sabe, no entanto, que a rigidez muscular e os tremores, característicos da doença, são provocados, dentre outros, pela degeneração de células cerebrais que produzem dopamina – o neurotransmissor que auxilia no controle dos movimentos do corpo. O desafio agora é encontrar uma forma de recuperá-las.
Isso não significa que o tratamento pode ser deixado de lado, já que é por meio dele que os sintomas são controlados, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Em uma entrevista esclarecedora, os neurologistas Custódio Michailowsky e Inara Alves falam sobre o tratamento. Confira!
Como a doença é tratada?
Basicamente e de forma simplificada, o Parkinson é tratado por meio de medicamentos que aumentam a quantidade de dopamina no organismo.
Para reduzir os sintomas, também é, por vezes, indicada a prática de atividades físicas, como caminhada ou ciclismo. O importante é que o exercício sempre seja feito sob acompanhamento profissional para evitar acidentes.
O cuidado com a alimentação é outra recomendação médica. Segundo a Dra. Inara Almeida, os pacientes, que tendem a ter constipação, devem priorizar uma dieta rica em água e fibras, para facilitar a digestão.
Nos casos mais graves, ainda existe a possibilidade de fazer uma cirurgia para implantar estimuladores elétricos no cérebro e, assim, melhorar o controle dos movimentos.
Quais foram os avanços no tratamento?
Segundo o Dr. Custódio Michailowsky, da HAS Clínica, a maior diferença é que agora existem mais medicamentos disponíveis no mercado e eles apresentam menos efeitos colaterais – o que é melhor para os pacientes.
Outra novidade é o reconhecimento da importância do tratamento não farmacológico, que antes não era bem compreendido, mas hoje é considerado essencial para não só reduzir os sintomas, mas também atrasar a progressão da doença.
Além disso, os avanços da ciência possibilitaram a opção cirúrgica, que veio para auxiliar principalmente quem não está obtendo os efeitos desejados com o tratamento medicamentoso.
O papel da rede de apoio
Como a doença tende a piorar com o passar do tempo, o paciente pode precisar da ajuda de familiares, amigos ou cuidadores para a realização de tarefas diárias, além de suporte emocional.
É fundamental que as pessoas ao redor se mostrem dispostas a dar assistência e fiquem atentas à saúde mental dos pacientes, acendendo um alerta diante de sinais como o isolamento social e a desesperança, que indicam a necessidade de buscar acompanhamento psicológico.
Só não se pode esquecer de que para ajudar é preciso estar bem. Os especialistas recomendam aos familiares e cuidadores que participem de grupos de apoio, tenham momentos de descanso e lazer, conversem sobre as suas dificuldades e procurem amparo profissional, caso seja necessário.
Como sintetiza o neurologista Custódio Michailowsky: “De forma geral, o tratamento é um processo muito desgastante tanto para o paciente quanto para cuidadores e familiares, por isso por vezes é necessário o acompanhamento psicológico de todos”.
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Referências:
BALESTRINO, R.; SCHAPIRA, A.H.V. Parkinson disease. Eur J Neurol, v. 27, v. 1, p. 27-42, 2019.
XU, X. et al. Exercise and Parkinson’s disease. Int Rev Neurobiol, v. 147, p. 45-75 , 2019.