Um quadro de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) só é diagnosticado caso haja sempre obsessão e compulsão em um paciente, assim como o nome sugere. Logo, um comportamento sexual que se manifesta de forma compulsiva pode indicar um quadro de TOC, mas desde que ocorra necessariamente em resposta a um pensamento obsessivo.
Sendo parte de TOC ou não, compulsão por sexo pode trazer riscos para saúde
“Compulsão sexual é um sintoma que pode estar presente em vários transtornos. Na Psiquiatria, nós não separamos um sintoma e com isso temos o diagnóstico. Então, falar sobre um sintoma isoladamente é muito complicado. É o mesmo que perguntar qual doença causa febre. A febre é um sintoma presente em muitos casos”, explica a psiquiatra Erika Mendonça.
As compulsões causam sofrimento importante na vida dos pacientes, independentemente do quadro em que estejam inseridas. Elas podem ser incapacitantes, dependendo do tempo que é gasto para sua realização. “A compulsão sexual pode se relacionar à exposição e risco de doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo”.
Tratamento do TOC com compulsão sexual
Segundo a médica, quando um paciente com compulsão sexual for atendido, é importante fazer logo o diagnóstico para definir a qual transtorno mental essa condição pode estar relacionada. “Se for parte de um quadro de TOC mesmo, o tratamento deverá ser igual ao de outros tipos de TOC, com outros conteúdos”.
O tratamento pode ser realizado por meio da utilização de remédios específicos e de terapia cognitivo-comportamental. O processo em si se assemelha bastante com o tratamento da depressão, mas em geral a resposta do paciente com TOC costuma ser mais lenta. Quando feito de maneira adequada, o tratamento pode amenizar os sintomas quase totalmente, embora uma remissão completa não seja tão comum.
Dra. Erika Mendonça de Morais é psiquiatra formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e atua em São Paulo. CRM-SP: 124933
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