O transtorno obsessivo-compulsivo é um transtorno mental cujo nome remete às duas principais formas de manifestação do problema. O TOC atinge cerca de 2% da população mundial e, no Brasil, entre três e quatro milhões de pessoas. Apesar do número alto, poucos conhecem as diferenças entre obsessões e compulsões, ou sequer sabem como lidar com elas.
As obsessões
“As obsessões são caracterizadas como fenômenos mentais, como pensamentos, imagens ou impulsos, que são, em geral, intrusivos, repetitivos e indesejáveis”, explica o psiquiatra Maurício Henriques Serpa. Ele cita, como exemplo de obsessão, a ideia de poder ser contaminado ao tocar um objeto ou uma pessoa. Além desse, outros pensamentos relacionados a doenças, sujeira, morte, simetria e sexualidade costumam gerar ansiedade e estresse nas pessoas com TOC.
As compulsões
Já entre as formas de compulsão estão comportamentos ligados à organização, contagem e checagem. Todas elas vêm depois das obsessões: “As compulsões são comportamentos também repetitivos, feitos sempre da mesma forma e que visam aliviar o estresse emocional causado pelas obsessões”, define o psiquiatra. Se a obsessão é a ideia de se contaminar, a compulsão trata de eliminar essa possibilidade, lavando as mãos intensamente e frequentemente.
O desconforto e o alívio
Segundo o psiquiatra, cada pessoa terá dificuldades específicas para lidar com os sintomas. “Em geral, o que causa mais angústia ao paciente é a obsessão, sendo a compulsão um método de alívio. Porém, muitas vezes, cumprir os rituais compulsivos em situações sociais levam o paciente a um desconforto também muito grande”, afirma Serpa.
A literatura científica ainda não deixa claro se obsessões e compulsões respondem diferentemente ao tratamento contra o TOC, de acordo com o psiquiatra. Entretanto, por serem externas, as compulsões são mais fáceis de perceber e de abordar do que as obsessões, que são fenômenos mentais internalizados.