A hipertensão arterial refratária (HAR), segundo a cardiologista Caroline Nagano, é a hipertensão de difícil controle. O problema é definido pela persistência dos níveis elevados da pressão arterial, mesmo com o uso de três classes de anti-hipertensivos em doses eficazes, sendo pelo menos um deles um diurético, ou ainda pelo controle de pressão arterial adequado, porém com o uso de quatro medicamentos.
“Na prática, usamos o termo de HAR aparente, porque temos que descartar a aderência do paciente, a qualidade dos medicamentos, ou até mesmo erros na medição da pressão arterial por má técnica. Estudos mostram que de 50% a 80% dos pacientes não aderem totalmente ao tratamento medicamentoso”, afirma a médica.
Apneia do sono dificulta o controle da pressão alta
Nas pessoas com hipertensão arterial refratária, as alterações causadas pela pressão alta são mais intensas. A especialista cita, como exemplo, uma maior ativação do sistema nervoso simpático e do sistema que controla o volume de sangue nos vasos, além de uma maior retenção de sódio e de fatores que facilitam processos inflamatórios no corpo.
De acordo com Dra. Caroline, o uso de outros medicamentos e algumas doenças também podem dificultar o controle da hipertensão arterial: “As mais comuns são a síndrome da apneia do sono, que na maior parte da vezes é subdiagnosticada, e hiperaldosteronismo, doença que aumenta a produção de aldosterona como um tumor. A aldosterona é um hormônio que participa do controle da pressão”.
Como é o tratamento da hipertensão arterial refratária?
A população mais frequentemente afetada pela hipertensão arterial refratária é negra, de idade avançada, sedentária e tem outros problemas de saúde, como obesidade, diabetes e doença renal crônica. Estes grupos devem seguir o tratamento medicamentoso à risca e fazer algumas mudanças no estilo de vida, como reduzir o consumo de sal, fazer exercícios físicos, abandonar o consumo de cigarros e perder peso.