
Dra. Caroline Nagano
Cardiologia
Biografia
Dra. Caroline Nagano é médica especialista em Cardiologia, Medicina Esportiva e Clínica Médica e tem entre os focos de sua atenção profissional a prevenção das doenças cardiovasculares típicas, para uma melhor qualidade de vida, e um envelhecimento ativo e saudável. É formada pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos. Iniciou sua especialização em Clínica Médica na cidade de São Paulo e logo em seguida em Cardiologia como residente no Hospital do Coração (HCOR), hospital de referência onde é médica atuante até hoje. Fez pós-graduação em Medicina Esportiva com intuito de orientar melhor e ajudar seus pacientes.
Artigos
A pressão alta sem controle vai causando danos ao organismo aos poucos?
A hipertensão, também conhecida como pressão alta, é uma condição em que a pressão arterial atinge níveis muito elevados, apresentando valor igual ou superior a 14 por 9 (140x90mmHg). Segundo o Ministério da Saúde, a pressão alta sem controle aumenta os riscos de acidente vascular cerebral (AVC) e de outros problemas, sendo estimadas 400 mortes por dia em decorrência de complicações da doença. Pressão alta sem controle pode causar danos ao cérebro, rins e coração A cardiologista Caroline Nagano afirma que os danos causados pela falta de tratamento da hipertensão dependem da quantidade de tempo em que há uma disfunção na pressão sanguínea. “A hipertensão arterial é uma doença progressiva e fator de risco para várias doenças. Os órgãos normalmente mais acometidos são o coração e seus vasos, o cérebro e os rins. Algumas pessoas podem ter um infarto ou AVC como primeira manifestação, já outras podem apresentar uma insuficiência renal crônica”, explica a especialista. “No coração, pode haver hipertrofia do músculo, atrapalhando a função do coração e podendo favorecer o entupimento das artérias, assim como sua dissecção. Esse quadro pode evoluir para que o coração entre em insuficiência cardíaca no futuro”, alerta a médica. Hábitos nocivos podem contribuir para pressão alta O Ministério da Saúde afirma que a hipertensão é provocada por herança genética em 90% dos casos, mas outros fatores também influenciam os níveis da pressão arterial. O tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas, o estresse, a obesidade, o sedentarismo e uma dieta rica em sódio e gordura podem contribuir para o surgimento do quadro. Por isso, é fundamental tanto para a prevenção quanto para o tratamento que esses hábitos sejam evitados. Vale lembrar que a hipertensão não tem cura, mas pode ser controlada. Verificar a pressão regularmente é a melhor maneira de diagnosticar a doença precocemente, ajudando a prevenir possíveis complicações ao organismo. Dor no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal costumam ser os principais sintomas da pressão arterial sem controle, embora a maior parte dos casos seja assintomática. Nesses casos, procure um médico imediatamente. Dados do Ministério da Saúde: https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/hipertensao
Quem convive com pressão baixa corre menos risco de desenvolver hipertensão?
A hipertensão é uma doença caracterizada pelos altos níveis da pressão arterial. Segundo o Ministério da Saúde, 90% dos casos da doença são genéticos, mas outros fatores também podem provocar o aumento de pressão. Essa elevação também pode acontecer em quem tem pressão baixa ou os riscos são menores? Confira! Pessoas com pressão baixa podem desenvolver hipertensão A cardiologista Caroline Nagano afirma que uma pessoa que convive com um quadro de pressão baixa tem os mesmos riscos de desenvolver hipertensão que uma pessoa com uma pressão arterial considerada normal, ou seja, próxima ao valor de 12 por 8. A especialista destaca que o estilo de vida é um dos principais fatores que podem aumentar ou diminuir o risco de desenvolver hipertensão arterial. “Uma pessoa até pode ter pressão baixa até uma certa idade, porém se é sedentária, tem sobrepeso ou obesidade, tem ansiedade ou sobrecarga de estresse e se tiver alimentação rica em sódio, com o passar dos anos o risco de uma evolução para pressão alta aumenta”, explica a médica. Estilo de vida saudável é essencial para a prevenção e tratamento da hipertensão Para a prevenção e o tratamento da hipertensão, o Ministério da Saúde recomenda que alguns hábitos sejam evitados, como fumar, consumir álcool e manter uma dieta com quantidades exageradas de sal e gordura. Por outro lado, alguns fatores podem ajudar, como praticar atividades físicas regularmente, controlar o diabetes e manter o peso ideal. Como a maior parte dos casos de hipertensão não apresenta sintomas, a melhor forma de garantir o diagnóstico precoce da doença e evitar suas complicações é por meio de uma medição regular da pressão arterial. Quem tem mais de 20 anos deve verificá-la ao menos uma vez ao ano, mas a frequência deve ser maior se houver casos de hipertensão na família. Dados do Ministério da Saúde: https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/hipertensao
Existe alguma relação entre o consumo de bebidas alcoólicas e a hipertensão?
Quem é hipertenso ou tem a tendência de ter pressão alta já deve ter ouvido seu médico falar sobre a importância de não consumir bebidas alcoólicas ou, pelo menos, de beber com moderação para evitar uma piora no estado de saúde. Mas, afinal, qual é a relação entre o álcool e a hipertensão? Essa influência realmente existe? Confira! Bebidas alcoólicas podem piorar quadro de hipertensão “A ingestão de bebidas alcoólicas tem relação com aumento da pressão arterial. No entanto, parece haver também influência genética, pois isso não ocorre com todas as pessoas”, afirma a cardiologista Caroline Nagano. “Os mecanismos ainda não estão bem esclarecidos, mas parece ter relação com a ativação de sistemas que, no final, retêm mais sal e líquidos”, completa a médica. Entre as hipóteses mais aceitas estão a ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, descarga de receptores adrenérgicos, produção de cortisol, redução da sensibilidade à insulina e ação do etanol na musculatura dos vasos periféricos do corpo. Como consequência da ação desses mecanismos que acumulam sal e água, o músculo cardíaco se contrai, aumentando a pressão arterial. Álcool e energéticos podem causar arritmia cardíaca Além das bebidas alcoólicas, vale lembrar dos energéticos, substâncias perigosas para os hipertensos, especialmente para quem costuma misturar os dois tipos de bebidas, um hábito frequente entre os jovens. “Com certeza, bebidas estimulantes como os energéticos, além de aumentar o risco de picos hipertensivos aumentam a chance de arritmias também”, explica a especialista. De acordo com Doutora Caroline, a recomendação é que o consumo de álcool seja feito moderadamente. Mas, vale destacar que, cronicamente, as bebidas alcoólicas podem desencadear insuficiência cardíaca, cirrose, pancreatite, além da dependência química. Outra questão que merece ser lembrada é que o álcool piora os níveis de colesterol ruim e de ácido úrico, fatores que também aumentam o risco de problemas cardíacos. Foto: Shutterstock
O que é hipertensão arterial refratária?
A hipertensão arterial refratária (HAR), segundo a cardiologista Caroline Nagano, é a hipertensão de difícil controle. O problema é definido pela persistência dos níveis elevados da pressão arterial, mesmo com o uso de três classes de anti-hipertensivos em doses eficazes, sendo pelo menos um deles um diurético, ou ainda pelo controle de pressão arterial adequado, porém com o uso de quatro medicamentos. “Na prática, usamos o termo de HAR aparente, porque temos que descartar a aderência do paciente, a qualidade dos medicamentos, ou até mesmo erros na medição da pressão arterial por má técnica. Estudos mostram que de 50% a 80% dos pacientes não aderem totalmente ao tratamento medicamentoso”, afirma a médica. Apneia do sono dificulta o controle da pressão alta Nas pessoas com hipertensão arterial refratária, as alterações causadas pela pressão alta são mais intensas. A especialista cita, como exemplo, uma maior ativação do sistema nervoso simpático e do sistema que controla o volume de sangue nos vasos, além de uma maior retenção de sódio e de fatores que facilitam processos inflamatórios no corpo. De acordo com Dra. Caroline, o uso de outros medicamentos e algumas doenças também podem dificultar o controle da hipertensão arterial: “As mais comuns são a síndrome da apneia do sono, que na maior parte da vezes é subdiagnosticada, e hiperaldosteronismo, doença que aumenta a produção de aldosterona como um tumor. A aldosterona é um hormônio que participa do controle da pressão”. Como é o tratamento da hipertensão arterial refratária? A população mais frequentemente afetada pela hipertensão arterial refratária é negra, de idade avançada, sedentária e tem outros problemas de saúde, como obesidade, diabetes e doença renal crônica. Estes grupos devem seguir o tratamento medicamentoso à risca e fazer algumas mudanças no estilo de vida, como reduzir o consumo de sal, fazer exercícios físicos, abandonar o consumo de cigarros e perder peso.
É possível reverter a hipertensão quando ela já apresenta sintomas?
A hipertensão é um dos principais problemas cardiovasculares que podem acometer um indivíduo. Trata-se da elevação e sustentação dos indicadores da pressão arterial a patamares superiores a 140x90mmHg e que prejudica o funcionamento da circulação sanguínea e de órgãos, como os rins, o cérebro e o coração. Doença de poucos sintomas A doença não costuma apresentar sintomas. “A hipertensão arterial crônica não tem sintomas e esse é o perigo. Muitas vezes, o paciente passa anos com a pressão arterial elevada sem ter esse conhecimento”, alerta a cardiologista Caroline Nagano. No entanto, para a profissional, o número de casos assim está diminuindo, já que o diagnóstico é feito cada vez mais cedo, devido a maior preocupação da sociedade. O surgimento de sintomas é mais comum em casos graves e não tratados, além da crise hipertensiva. “Quando se tem uma urgência hipertensiva, a preocupação é saber se ela está causando alguma complicação em outro órgão, como encefalopatias, convulsões e alterações visuais”, diz a cardiologista. É possível reverter a hipertensão Nesses casos, é preciso socorrer o paciente para, em seguida, iniciar o tratamento. Em alguns indivíduos, a reversão da doença é possível, mas depende de alguns fatores: “A hipertensão pode ser revertida naqueles em que o excesso de peso, sedentarismo e dieta ruim são os principais fatores para seu aumento”, avisa a médica. Por outro lado, pacientes magros, praticantes de atividades físicas e que se alimentam bem possuem outros fatores envolvidos no surgimento da doença e que devem ser investigados. Para eles, Caroline considera difícil a reversão da doença, mas é possível controlá-la com a manutenção dos hábitos saudáveis e o uso de medicamentos anti-hipertensivos.
A pressão arterial ideal varia com relação à idade? Há outros fatores variáveis?
A pressão arterial é uma das maiores preocupações do campo da saúde no século XXI. Essa apreensão não é à toa: o Ministério da Saúde estima que mais de 24% dos brasileiros adultos sejam hipertensos. E os números tendem a continuar subindo, chamando uma atenção cada vez maior para a necessidade de prevenção e do maior conhecimento sobre a doença. Os valores mais adequados De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), os valores indicados para uma pressão arterial ideal em adultos estão em torno de 120x80mmHg e devem ficar abaixo de 130x85mmHg. Atualmente, são considerados hipertensos os pacientes com pressão arterial igual ou superior a 140x90mmHg. A pressão arterial nas crianças Em crianças e adolescentes, além da idade, os valores da pressão arterial ideal variam de acordo com a altura do corpo e com o sexo. Os médicos usam uma tabela com números diferentes para meninos e meninas e que levam em consideração também o peso. A partir da análise de cada caso, é possível descobrir os valores adequados da pressão arterial. A hipertensão pode atingir pessoas de todas as idades, mas segundo a cardiologista Caroline Nagano, ela é mais comum em idosos, especialmente naqueles acima dos 75 anos de idade. “Em adultos entre 18 a 29 anos, o índice de hipertensos é 2,8%, e nos com mais de 75 anos, 55%. O Sudeste é a região com maior prevalência de hipertensão arterial, com 23,3%”, complementa a médica.