Depois do nascimento, o sistema imunológico do bebê não está completamente pronto para combater vírus, bactérias e outros microrganismos causadores de doenças. Assim, quando começa a frequentar a creche, a criança acaba entrando em contato com uma grande variedade de agentes infecciosos e, por isso, adoece mais frequentemente. Essa é a chamada síndrome da creche.
Síndrome da creche é mais comum nos primeiros anos de escola
“A síndrome da creche é quando a criança fica doente muitas vezes e em seguida. Se desenvolve porque, ao nascer, o bebê não tem anticorpos formados, apenas os de sua mãe, que passam através da placenta e do leite materno. Conforme cresce, os níveis de anticorpos maternos caem, deixando a criança suscetível às doenças infecciosas”, informa a pediatra Flávia Bello. Durante esse processo de queda dos anticorpos maternos, o sistema de defesa das crianças está se desenvolvendo e, por isso, eles ficam temporariamente mais vulneráveis às doenças.
Com o tempo, o sistema imunológico aprende a desenvolver seus anticorpos com mais facilidade, eficácia e conhecimento. Mas, enquanto isso não acontece, o bebê ainda poderá sofrer com algumas doenças que compõem a síndrome: “Gripe, gastroenterite, otite, bronquiolite, estomatite e outras que causam febre, dor no corpo, perda de apetite, diarreia, tosse e coriza, dependendo do agente infeccioso, são doenças comuns na infância”, exemplifica.
Limpar os brinquedos e lavar as mãos ajuda na prevenção da síndrome da creche
A melhor forma de prevenir a criança que frequenta uma creche desses problemas de saúde é sempre lembrá-las da higiene pessoal, principalmente, de lavar as mãos da maneira correta. “Limpar bem os brinquedos e superfícies também ajuda. Lembrar de fatores protetores, como o leite materno, manter as vacinas em dia, exposição ao sol e ter uma alimentação equilibrada e nutritiva” são medidas recomendadas pela médica.
Já o tratamento, na maioria das vezes, é sintomático, ou seja, tem como objetivo tratar os sintomas que a criança apresenta. Pode ser necessário entrar com tratamento específico, a depender do diagnóstico da criança. É fundamental ainda oferecer muito líquido e deixá-la em repouso. Além disso, a criança doente não deve frequentar a creche ou a escola, quando assim indicado pelo médico, uma vez que isso impede o descanso adequado e permite a transmissão da doença para outras crianças.
Dra. Flávia Bello é pediatra, graduada em Medicina pela Universidade Severino Sombra (USS) e com residência em Pediatria e Infectologia Pediátrica no Hospital Federal dos Servidores do Estado. CRM-RJ: 52-85057-8
Foto: Shutterstock