É comum vermos pais tendo um grande cuidado com a saúde dos filhos durante a infância. Essa atenção faz sentido e tem explicação, já que o sistema imunológico das crianças é mais frágil do que o de adultos e as doenças são mais frequentes nesta fase da vida.
Quando somos mais jovens, nossas defesas ainda são consideradas imaturas, com baixa produção de anticorpos, que são transmitidos pelo aleitamento materno. Essa fragilidade, porém, é maior apenas nos primeiros anos de vida. “Por volta dos quatro anos de idade, a criança alcança a maturidade do sistema imunológico e passa a estar a menos suscetível a infecções”, explica a imunologista Laira Vidal.
Crianças precisam comer e dormir bem
Nestes primeiros anos, o recomendado pelos médicos é o aleitamento exclusivo até os seis meses de vida. Fora isso, para fortalecer o organismo, deve-se procurar uma alimentação saudável e não esquecer do sono, já que dormir mal prejudica a imunidade. “A alimentação deve ser completa e bem variada em frutas, legumes e verduras. A qualidade do sono também é importante”, ressalta a profissional.
Uma criança com a imunidade debilitada está propensa a doenças. Entre elas, destacam-se as infecções de vias aéreas superiores e inferiores, como, por exemplo, os corriqueiros resfriados, gripe, sinusite e pneumonia. As infecções gastrointestinais também podem acontecer.
Teoria da higiene: crianças em contato com a sujeira
Às vezes nos deparamos com situações em que pais deixam seus filhos entrarem em contato com a sujeira do dia a dia para, simplesmente, “adquirem anticorpos”. Será que esse pensamento tem fundamento? Isso não é um mito, é real e científico, faz parte de uma das teorias para a melhora da imunidade infantil, chamada de Teoria da Higiene.
Devido ao tal princípio, apresentado em 1989 pelo médico inglês David Strachan, sabe-se que a criança não deve passar necessariamente por um excesso de cuidados. “A apresentação da criança a determinados microorganismos pode ser benéfica para o estímulo e amadurecimento do sistema imunológico”, afirma a Dra. Laira.