O mal da montanha é uma condição que se origina quando pessoas ambientadas ao nível do mar se expõem a grandes altitudes. É muito comum ver esse tipo de situação no futebol profissional, especialmente quando atletas de equipes brasileiras vão até países como Bolívia e Equador para disputar partidas. Por si só a mudança de altitude já é suficiente para gerar sintomas incômodos. Com o exercício físico esgotante, esses sinais tendem a piorar.
Entendendo a altitude
“Os atletas brasileiros costumam sofrer ao jogar futebol na altitude porque não têm o hábito de se exercitarem em alta intensidade nas montanhas com mais de 2 mil metros de altitude, que é a altura em que o ar começa a ficar significativamente mais rarefeito, com pressão parcial de oxigênio 25% mais baixa em relação ao nível do mar”, explica o Dr. João Felipe Franca.
Quanto maior a altitude, menor é a pressão atmosférica e, com isso, menor é a quantidade de moléculas de oxigênio no ar, o qual vai ficando cada vez mais rarefeito. Isso causa um impacto no corpo que resulta em alguns sintomas. A manifestação destes varia de pessoa para pessoa e costuma começar em altitude moderada (a partir de 2.400 metros).
Sintomas do mal da montanha
“A doença da altitude ou mal da montanha é caracterizada por cefaleia (dor de cabeça), dormência de extremidades (sintomas leves), falta de ar ou tontura (sintomas moderados) e até mesmo desmaios, confusão mental e morte (sintoma grave). Esses sintomas mais graves ocorrem porque a pressão atmosférica mais baixa faz com que haja edema intersticial, principalmente pulmonar e cerebral”, explica o médico especialista em exercício e esporte.
A ocorrência desses sintomas depende, além da altitude, da velocidade da subida. Por isso, para que o incômodo seja prevenido, recomenda-se que a ascensão seja feita lentamente, com paradas ao longo do caminho que ajudem no processo de adaptação do corpo à nova altitude. Muitas equipes, inclusive, procuram chegar dias antes ao local do jogo para que haja essa adaptação.
Bom condicionamento físico ajuda a evitar riscos do mal da montanha
O bom condicionamento físico dos atletas é um fator importante para encarar bem a altitude, mas isso não significa que eles estão isentos dos sintomas, especialmente quando a altitude for muito grande. Mesmo assim, os maiores riscos estão mais associados a pessoas em condições opostas. “Praticar esportes em grandes altitudes pode ser perigoso para brasileiros cardiopatas e pneumopatas ou mesmo sedentários, mal condicionados”.
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