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Intolerância ao glúten: sintomas, diagnóstico e como viver sem ele

Cuidados e Bem-estar
Saúde Intestinal

22 de maio de 2025

Pães, bolos e torradas até podem parecer inofensivos à primeira vista – mas não para todo mundo. Isso porque, embora esses alimentos façam parte da rotina alimentar dos brasileiros, eles contém glúten na sua composição e podem causar desconforto e mal-estar intestinal. 

 

O glúten, responsável por dar elasticidade e textura aos alimentos, é uma proteína presente em cereais como trigo, centeio e cevada. O médico e especialista da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva Dr. Marcelo Amade Camargo explica que a presença frequente desses cereais na dieta das pessoas, em todo o mundo, não impede que haja intolerantes e o consumo pode causar diversos problemas de saúde para eles. Saiba mais a seguir! 

Sintomas da intolerância ao glúten

 

Os sintomas podem variar entre os pacientes, os mais comuns são: 

 

  • Desconforto ou dor abdominal
  • Distensão (inchaço) abdominal
  • Excesso de gases
  • Diarreia crônica ou prisão de ventre
  • Fadiga
  • Dor de cabeça
  • Alterações de humor

 

Além dos sintomas habituais, algumas pessoas também podem apresentar coceira ou lesões avermelhadas na pele, perda ou dificuldade de ganhar peso e dores musculares. 

Intolerância ao glúten é genética?

 

A intolerância ao glúten pode surgir em qualquer fase da vida, visto que algumas pessoas já nascem com uma predisposição genética para a doença celíaca, enquanto outras desenvolvem sensibilidade ao glúten ao longo dos anos. O diagnóstico de doença celíaca, porém, é mais comum na infância e numa frequência maior entre mulheres. 

O que pode causar intolerância ao glúten? 

 

A questão é que a “intolerância ao glúten” não é uma condição única. Ela abrange diferentes reações do organismo a essa proteína, presente no trigo, cevada e centeio. As principais causas estão relacionadas a três pontos:

 

  • Doença celíaca: é uma reação autoimune em que o sistema imunológico ataca o próprio intestino ao entrar em contato com o glúten, causando inflamação e má absorção de nutrientes. Além disso, pode levar a complicações graves se não for tratada.

 

  • Alergia ao trigo: diferente da doença celíaca, é uma resposta alérgica específica às proteínas do trigo (não apenas ao glúten), podendo causar sintomas como inchaço, coceira e até anafilaxia em casos mais graves.

 

  • Sensibilidade ao glúten não celíaca: condição pouco compreendida pela medicina, mas já se sabe que o glúten desencadeia sintomas como dor abdominal e inchaço, entretanto, sem os marcadores imunológicos da doença celíaca ou alergia.

Riscos da intolerância ao glúten

Amade alerta que ignorar a intolerância ao glúten pode levar a sintomas persistentes como fadiga extrema, dores musculares e problemas digestivos até com danos no intestino, levando a má absorção de nutrientes e vitaminas. 

 

Já no caso da doença celíaca, em que há a necessidade de uma restrição absoluta, a inflamação pode ser severa e causar complicações mais graves como desnutrição, anemia, retardo no desenvolvimento, hemorragias intestinais e até quadros neurológicos. 

Diagnóstico 

Por isso o diagnóstico assertivo é fundamental, o da intolerância ao glúten é realizado em uma consulta especializada com o apoio de exames de sangue para avaliação inicial. A descrição dos sintomas é que leva à suspeita de intolerância. 

 

“É muito importante descartar o diagnóstico de Doença Celíaca nesses casos, e a endoscopia digestiva alta com biópsia intestinal é o padrão-ouro para o diagnóstico desta condição”, detalha o médico. 

Como viver sem glúten

O único tratamento eficaz é a retirada total do glúten da alimentação. Isso significa evitar produtos que contenham trigo, cevada e centeio. 

 

Deve-se ainda tomar cuidado com a contaminação cruzada por glúten em outros alimentos durante o seu preparo. Além disso, as deficiências nutricionais decorrentes da má-absorção de nutrientes e vitaminas precisam ser tratadas. 

 

Por fim, é importante contar com um cuidado multidisciplinar e multiprofissional, envolvendo, além dos médicos especialistas, profissionais de nutrição e apoio psicológico. Veja dicas do especialista para lidar com a intolerância ao glúten: 

 

  • Busque alimentos sem glúten no supermercado. Aqui também vale a regra das trocas inteligentes na hora de cozinhar, como substituir a farinha de trigo por farinha de arroz, milho, mandioca, coco, quinoa, etc. 

 

  • Sempre leia os rótulos. No Brasil, produtos sem glúten devem ter o símbolo de um trigo barrado ou a frase “Não contém glúten”.

 

  • Mantenha acompanhamento médico para garantir a devida suplementação de vitaminas essenciais.

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