As alergias alimentares são reações indesejáveis do corpo, provocadas pelo contato de um alimento consumido com uma substância produzida pelo sistema imunológico, que acredita se tratar de um agente invasor e passa a combatê-lo para proteger o corpo. E não importa a quantidade: a reação pode surgir mesmo depois da ingestão de pequenas porções.
O problema chama cada vez mais a atenção dos profissionais da saúde, já que o número de pessoas alérgicas no mundo não para de crescer: estima-se que a quantidade de casos no Brasil tenha aumentado em 18% nos últimos 15 anos. O consumo de produtos industrializados, que misturam diversos ingredientes, torna difícil a identificação de um alimento capaz de provocar uma reação alérgica.
Medida de precaução para os alérgicos
Para facilitar a vida do consumidor, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu, em junho de 2015, que alimentos e bebidas devem informar a presença de substâncias alergênicas. O regulamento entra em vigor a partir do dia 3 de julho de 2016 e contempla 17 ingredientes: ovo, avelã, soja, trigo, leite, pecã, pinoli, peixes, nozes, crustáceos, amendoim, macadâmia, pistache, amêndoa, látex natural, castanha de caju e castanha do Pará.
O imunologista Antonio Condino Neto, membro da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, afirma que o órgão apoia totalmente a decisão da Anvisa. Segundo ele, a iniciativa é fundamental para a prevenção de alergias alimentares graves, que podem produzir inúmeros prejuízos ao corpo.
As reações do corpo
As consequências de uma reação alérgica variam. “Dependendo do grau de alergia, os pacientes desenvolverão lesões inflamatórias que afetam o funcionamento e absorção dos alimentos no esôfago, estômago e intestinos”, afirma o imunologista. Ele ainda cita outras possíveis reações do corpo, como coceira, vômito, diarreia, dermatite, urticária, mal estar, dor abdominal e choque anafilático.
Se a alergia produzir efeitos discretos, Condino Neto diz que o paciente deve tomar um medicamento antialérgico e interromper o consumo do alimento causador da alergia. “Se o quadro for grave e houver um choque anafilático, o paciente deve andar sempre com adrenalina auto injetável”, explica o médico, acrescentando que, depois de aplicá-la, o paciente deve se dirigir a um hospital.



