Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50% da população dos países industrializados está infectada pela bactéria H. pylori, mas os números são ainda maiores em países em desenvolvimento, atingindo 90% da população. A doença afeta o estômago e o intestino, podendo causar sintomas como dores abdominais, náuseas, vômitos, perda de apetite e até complicações mais graves como úlceras gástricas e duodenais e câncer de estômago. Será que interromper o tratamento dessa infecção bacteriana oferece riscos? Entenda!
Interromper o tratamento pode comprometer as chances de cura
“Abandonar o tratamento no meio, além de aumentar o risco de que a bactéria continue, pode piorar a resistência bacteriana aos antibióticos, fazendo com que tratamentos posteriores tenham que utilizar antibióticos mais potentes, com mais efeitos colaterais e cada vez menor chance de cura”, explica o gastroenterologista Stéfano Gonçalves.
Além disso, o médico esclarece que a persistência da bactéria no estômago é o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de estômago. De acordo com pesquisas científicas recentes, a inflamação desencadeada pela bactéria leva a alterações progressivas na mucosa do estômago que podem culminar no aparecimento do câncer. Esses estudos demonstraram que a erradicação da H. pylori reduz as chances de câncer gástrico para menos da metade mesmo nos portadores da bactéria que têm casos desse tipo de câncer na família.
Como é feito o tratamento para H. pylori?
O tratamento é feito com medicamentos antibióticos e dura, em média, 14 dias. Algumas medidas de higiene também devem ser associadas, uma vez que a infecção ocorre por meio do contato com água, solo e alimentos contaminados. É recomendado lavar bem as mãos e alimentos, como verduras, frutas e legumes, não compartilhar itens pessoais e evitar o contato com áreas que podem estar contaminadas.
É indicado também que, durante o tratamento para H. pylori, o paciente adote alguns cuidados com a alimentação. Medidas simples podem amenizar os sintomas causados pela infecção, como evitar café, refrigerante, molhos, condimentos e alimentos industrializados, manter o corpo bem hidratado e ter uma dieta leve e equilibrada, priorizando frutas, legumes e verduras.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int/bulletin/archives/79(5)455.pdf