O mal de Alzheimer é uma doença degenerativa que costuma afetar algumas áreas específicas do cérebro. “A demência de Alzheimer tende a afetar as regiões do lobo frontal e lobo temporal, mais especificamente, o hipocampo, que é uma região no córtex responsável pela formação de novas lembranças”, afirma o geriatra Danilo Yábar Bambarén.
Tratamento do Alzheimer não permite recuperar memórias
Entretanto, mesmo com opções de tratamentos para o problema cada vez mais modernas, ainda não é possível recuperar as áreas do cérebro afetadas, segundo o especialista: “No momento, a demência de Alzheimer é uma doença sem cura. O tratamento se baseia em retardar a evolução da doença”, afirma Bambarén.
Além de acontecimentos da vida, a perda de memória causada pelo mal de Alzheimer gera impactos que podem ser ainda mais complexos. “As funções envolvidas na memória, planejamento de ações, linguagem, capacidade de localização no espaço, humor e a capacidade de executar uma ação motora são algumas das funções prejudicadas”, diz o médico.
Avanços da ciência podem mudar o rumo do tratamento do Alzheimer
Ainda que seja muito cedo para falar em cura, algumas pesquisas recentes estão ajudando os cientistas a compreenderem melhor os mecanismos do mal de Alzheimer no cérebro. O pesquisador japonês Yoshinori Ohsumi foi honrado com um prêmio Nobel em 2016 por sua pesquisa sobre a autofagia, um processo natural de “reciclagem” das células. A pesquisa de Ohsumi indica que doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, podem estar intimamente ligadas ao declínio ou interrupção do processo autofágico, resultando em células que não conseguem se livrar de proteínas danosas, que se acumulam e prejudicam as funções orgânicas. De acordo com Jay Debnath, professor da Universidade da Califórnia, em entrevista ao Huffington Post, a melhora da função autofágica poderia abrir uma nova avenida para o tratamento de doenças degenerativas.
Por enquanto, o combate o Alzheimer é feito com medicações voltadas para desacelerar o processo de degeneração das funções cognitivas. Além disso, outro aspecto do tratamento é associado a melhorar a qualidade de vida dos pacientes em uma abordagem multidisciplinar, usando inclusive hobbies e atividades do dia a dia para deixar a memória mais afiada, ajudando a frear a progressão da doença.
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