O transtorno bipolar é uma doença psiquiátrica caracterizada pela recorrência, ao longo do tempo, de episódios de euforia e de depressão e pode ser dividida em dois tipos principais, o I e o II. A diferença entre eles é, basicamente, a intensidade das crises de euforia, mas o tratamento de cada um dos tipos de transtorno bipolar tem suas particularidades.
Duração da euforia diferencia os tipos de transtorno bipolar
“As crises de euforia no tipo I duram bastante tempo, uma semana ou mais, e são intensas, a ponto do paciente ficar psicótico, ‘louco’. Geralmente, ele fica muito disfuncional, atrapalhado e com dificuldades de julgamento da realidade”, afirma o psiquiatra Giovani Missio, que tem o transtorno bipolar como sua principal área de atuação.
Já os pacientes com o tipo II apresentam uma forma mais leve de euforia, chamada pelos especialistas de hipomania. “Esses períodos costumam ser curtos, de 2 a 3 dias, e são caracterizados por uma melhora do humor, aumento de energia, sem prejuízo funcional ou do julgamento da realidade”, explica o médico.
Tipos I e II do transtorno bipolar devem ser tratados com medicações
Além do tipo I e do tipo II, de acordo com Missio, existe uma forma de menor intensidade chamada ciclotimia. Nela, a flutuação do humor é muito leve, tanto para euforia quanto para depressão. Na maior parte desses casos, o tratamento é feito apenas com acompanhamento psicoterápico.
Entretanto, quem tem os tipos I ou II precisa não só da psicoterapia, mas também do tratamento medicamentoso. No tipo I, como os pacientes costumam ser mais sensíveis aos antidepressivos, deve predominar o uso de estabilizadores de humor e nada ou quase nada de antidepressivos. “Pacientes com tipo II devem tomar estabilizadores de humor, mas eventualmente podem associar antidepressivos”, completa o psiquiatra.
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