Asma e bronquite são quadros distintos, mas que se assemelham quanto aos sintomas e local de atuação. Ambos provocam o estreitamento das vias aéreas, o que resulta na dificuldade da passagem do ar durante a respiração. Causados, geralmente, pela ação de agentes externos irritantes, os dois problemas surgem por uma inflamação nos brônquios.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, 6,4 milhões de brasileiros acima de 18 anos foram diagnosticados com asma. O Ministério da Saúde estima que 10 milhões de brasileiros têm DPOC, grupo de doenças pulmonares do qual a bronquite crônica faz parte.
Falta de ar: o que pode ser?
A dificuldade para respirar, popularmente chamada de falta de ar, não se limita apenas aos pacientes com asma ou bronquite. Esse sintoma é comum em uma série de outros quadros, alguns que sequer estão diretamente relacionados à saúde dos pulmões. Problemas cardíacos, por exemplo, podem reduzir o fluxo de sangue pelo corpo, prejudicando a oxigenação e dando uma sensação de falta de ar.
Problemas nas vias aéreas superiores, como obstruções no nariz, também podem causar o sintoma, que ainda pode surgir como consequência de fatores psicológicos (crises de ansiedade, ataques de pânico etc). Por isso, o mais indicado é procurar um médico, que vai ser capaz de diagnosticar a origem do problema e recomendar o tratamento adequado.
“Pacientes com asma e bronquite apresentam inflamação persistente dos canos da respiração (as vias aéreas), o que causa estreitamento e consequentemente dificuldade para respirar, com falta de ar. Isso ocorre porque o revestimento interno dos canos da respiração está repleto de tecido de inflamação nos pacientes”, explica a pneumologista Vanessa Cristina Hartmann.
Diferenças entre asma e bronquite
Na bronquite, a inflamação dos brônquios pode ocorrer por infecção (vírus, por exemplo) ou exposição a substâncias irritantes, como o cigarro. No primeiro caso, ela é descrita como aguda, e no segundo, como crônica. Já a asma é uma doença crônica, sem cura, caracterizada pelo broncoespasmo (os pequenos músculos das paredes dos brônquios se contraem e diminuem o caminho da passagem do ar. Pode ter origem genética ou ser desencadeada por alérgenos ambientais.
De acordo com a médica, no caso da asma, especificamente, é comum haver uma piora do estreitamento das vias respiratórias nos períodos de crise, o que causa ainda mais dificuldade para respirar. “É o chamado broncoespasmo, no qual o paciente sente chiado no peito e falta de ar”. A tosse é outro sintoma característico da asma, seja seca ou com catarro.
Riscos associados à dificuldade de respirar
A especialista ressalta que a dificuldade para respirar sempre é ruim e, portanto, deve ser levada sempre a sério pelo paciente. “Em crises graves de asma, por exemplo, pode haver estreitamento tão intenso das vias respiratórias que o paciente fica sob risco de necessitar de suporte ventilatório (intubação e internação em UTI) e até mesmo parada respiratória e óbito”, alerta Vanessa.
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Fontes do Ministério da Saúde:
http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53396-asma-fatores-ambientais-e-geneticos-podem-causar-a-doenca
http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2012/04/enfisema-pulmonar-e-bronquite-cronica