Gravidez e endometriose estão diretamente relacionadas, mas não no sentido de cura da doença. Pelo contrário, a endometriose pode tornar a paciente incapaz de ter filhos naturalmente. O tratamento do quadro, em muitos casos, tem como um dos objetivos principais permitir que a paciente consiga engravidar.
Gravidez e endometriose
“A endometriose é uma doença crônica, não pode ser curada pela gravidez. Ao engravidar, a mulher apresenta um aumento importante da progesterona, hormônio típico da gestação que é utilizado no tratamento medicamentoso da doença. Provavelmente, esta relação possa, em alguns casos, reduzir os focos de endometriose, mas isso não significa cura”, explica a ginecologista Karla Frota.
Segundo a especialista, o uso contínuo da progesterona é umas das linhas de tratamento da endometriose. Este hormônio tem efetividade no tratamento da dor pélvica e, após certo tempo de tratamento, na redução dos focos de endometriose na maioria das pacientes. Vale ressaltar que entre 30 e 50% das mulheres com endometriose apresentam infertilidade, passando a necessitar de tratamento para engravidar, caso queiram.
Medidas e orientações de tratamento
“Por ser uma doença crônica, a endometriose exige acompanhamento médico constante. Pode alternar entre momentos de tranquilidade e momentos de atividade da doença, com presença dos sintomas. O médico assistente da paciente deve sempre estar atento à piora dos sintomas para fazer as alterações necessárias no tratamento”, orienta Frota.
Além do tratamento medicamentoso, a paciente pode se beneficiar de outras medidas, como prática de atividades físicas e fisioterapia específica. Uso de analgésicos e compressas de água quente ajudam a amenizar as dores. Nos casos mais complicados costuma ser indicada cirurgia de endometriose. Neste procedimento são retirados os focos da doença (tecido que cresce anormalmente fora do útero).
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