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Gravidez: quem já teve endometriose pode ter filhos?

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19 de outubro de 2023

O nascimento de um filho é um dos momentos mais impactantes na vida de uma mãe. Depois de 9 meses, é hora de abraçar e cuidar deste ser humano tão pequeno e delicado. Parte importante dos cuidados se dá com a amamentação, um período muito importante para o desenvolvimento do bebê e também para a criação de laços afetivos entre mãe e filho. É uma época descrita por muitas mulheres como mágica e inesquecível. 

Isto não significa dizer que este período também não traga dificuldades para as mamães e para suas famílias. Na verdade, o aleitamento materno pode ser comparado a uma montanha-russa. São muitos altos e baixos, que, por um lado, podem desanimar e confundir, mas por outro, podem proporcionar alguns dos momentos mais incríveis da vida.

Especialmente para você que está prestes a embarcar nesta jornada, separamos as experiências de algumas mamães que passaram ou que ainda estão passando pelo período do aleitamento materno. Confira suas dúvidas, medos, dores e suas histórias de superação!

Sentir dor ao amamentar é comum, mas não é normal

 

Uma das principais dúvidas das mulheres grávidas ou que ainda não tiveram filhos diz respeito à dor ao amamentar. Afinal, é normal sentir dor? Para Renata Hernandes Marcelino, de 36 anos, a dor era constante e forte na primeira semana após o nascimento de sua filha. “Cheguei a utilizar o protetor de mamilo, aquele de silicone, mas mesmo assim tive uma inflamação chamada mastite, o que quase me fez desistir da amamentação. Em alguns momentos, chegava a sangrar”, lembra a analista de marketing.

A jornalista Carolina Galinskas, de 37 anos, também teve mastite em sua primeira gravidez, resultado da hiperlactação, ou seja, da produção excessiva de leite: “Não sentia dor ao amamentar, mas eu sentia dor quando o bebê não estava mamando porque eu produzia muito leite. O bebê não conseguia esvaziar e, por conta disso, tive mastite. Às vezes, o bebê estava dormindo e eu não conseguia dormir por causa da dor. Foi muito difícil no começo”.

A dor também foi um problema para a farmacêutica industrial Keila R. Octaviano de Souza, de 37 anos: “Sentia muita dor, o incômodo da mama inchada e pesada. O bico da mama rachou e sangrava. Muitas mães (e até mesmo a mídia) mostram a fase da amamentação como algo prazeroso e delicado. Minha experiência foi oposta, ficava tensa nestes momentos, mas por saber a importância deste ato, me condicionava a amamentar minha filha”.

Auxílio médico pode amenizar dificuldades da amamentação


Segundo a ginecologista e obstetra Rachel Sá, o aleitamento materno não deve provocar dor: “A partir do momento em que a paciente relata dor durante a amamentação, ela deve procurar imediatamente o médico obstetra e o pediatra para receber um auxílio”. Foi o que Renata fez. Ela manteve a amamentação e fez o tratamento para a mastite em paralelo. Em alguns dias, o problema passou. Já
a solução encontrada por Carolina foi procurar auxílio num banco de leite em São Paulo, onde morava. “As enfermeiras fizeram o diagnóstico, me ensinaram a tratar a hiperlactação, com ordenhas antes do bebê mamar, e com isso, eu consegui contornar o problema. Depois, foi só alegria”, relata. 

Amanda Oliveira de Moraes, publicitária de 39 anos, também enfrentou dificuldades com a alimentação de sua filha. Resolveu, então, buscar auxílio profissional: “Procurei ajuda do pediatra dela e de uma consultora de amamentação que me ajudou a melhorar a pega e também a fazer massagens e ordenhas que aliviavam bem as mamadas. Aos poucos, o processo foi ficando de fato natural como eu via nos anúncios”.

Para as mulheres com muitas dúvidas sobre o período da amamentação e sobre os cuidados com o bebê, a ajuda profissional pode ser solicitada antes mesmo do parto, como fez Renata: “Aos 7 meses de gestação, procurei uma consultoria de amamentação, com enfermeiras especializadas no tema. Foi como uma terapia: eu falava sobre meus receios, além de fazer simulações sobre as posições e como encontrar a melhor forma de superar este ‘medo’. Após o nascimento da minha filha continuei tendo este apoio profissional, até me sentir totalmente segura e confortável para seguir”.

Conheça o Cuidados Pela Vida

Apoio familiar é fundamental no período da amamentação


A história de Danila F. da Silva Salvador, de 36 anos, é um pouco diferente das anteriores, já que ela não teve muitos problemas durante o aleitamento materno. Com leves incômodos apenas nos três primeiros dias, ela classificou sua experiência como única e manteve a amamentação até seu filho fazer seu primeiro aniversário. 

“Tinha bastante medo no começo, li bastante sobre o assunto e ouvi muitos relatos de mães que diziam que era horrível, uma dor imensa, que amamentavam e choravam ao mesmo tempo. Mas, não me deixei ser impactada por esses relatos, segui firme no meu propósito e consegui”, recorda Danila. Ela dedica parte do seu sucesso na amamentação ao apoio de seu marido e sua mãe: “Acho que sem eles a minha experiência não teria sido tão tranquila”.

Amanda compartilha da opinião de Danila: “Meu marido foi peça fundamental para mantermos o aleitamento exclusivo. Ele preparava minha comida e me dava na boca quando precisava. Além disso, minha mãe me ajudava com a minha filha em alguns momentos para que eu pudesse cuidar um pouco de mim”. 

Como buscar informações sobre a amamentação?


Embora, muitas vezes, os familiares sejam bem-intencionados com suas opiniões e conselhos, é preciso ter calma ao ouvi-los. Segundo a pediatra Lays Abreu, encorajar e apoiar a puérpera são pontos essenciais. “As famílias precisam ser cautelosas com as opiniões alheias porque, em alguns casos, elas podem acabar prejudicando o processo da amamentação. Quem nunca ouviu: ‘seu filho chora muito, seu leite não está sendo suficiente’?”, pergunta a médica. 

Como este período é marcado por grande instabilidade emocional para a mulher, Dra. Lays acredita ser fundamental ter uma rede de apoio em que a mamãe possa confiar, incluindo um pediatra que seja conhecido pela família já durante a gravidez para tirar dúvidas e buscar ajuda. Hoje, com a internet, é possível conhecer as histórias de dezenas de outras mamães e procurar informações em sites, desde que sejam confiáveis.

Os conhecimentos sobre amamentação e adquiridos na primeira gestação foram cruciais para que a jornalista Carolina tivesse uma rotina mais calma ao passar novamente pelo período do aleitamento materno: “Vi muita diferença em tudo. Eu sofri muito na primeira vez em que fui amamentar. Na segunda vez, eu também tive mastite, mas já sabia o que era e sabia como tratar. Foi bem mais tranquilo”. 

O que você diria para as futuras mamães?

 

Renata: “Não tenha vergonha de falar sobre seus medos e receios. É absolutamente natural ter dúvidas diante de tantas informações e experiências alheias. Mas, lembre-se de que cada mamãe irá encontrar a melhor forma de lidar com a amamentação do seu bebê. Então, mantenha a calma, não se compare e siga seu coração”.

Keila: “Os primeiros meses são intensos e de extremo aprendizado e paciência. Amamentar requer muita paciência e insistência. Não é aquele comercial bonito que aparece na TV. Mas é algo de grande importância e que deve ser priorizado”.

Carolina: “Informe-se muito antes e durante. Quanto mais informação você tem, mais você consegue atingir seus objetivos”.

Amanda: “Estudem sobre a amamentação antecipadamente, entendam os fatores que podem ajudar e atrapalhar nesse processo. Cuidado com as dicas de internet sem fundamento! Não existe leite fraco! Conversem com seu médico e incentive sua rede de apoio a entender que pode haver dificuldades no início, mas mantenham-se firmes! Vai valer a pena!”

Danila: “Não desista no primeiro obstáculo. A experiência de cada mãe é única e precisa ser vivida por cada uma. Não há nada mais gratificante do que olhar aquela coisinha pequenina te encarando, aquelas mãozinhas fofas. É uma construção diária e única, um elo inexplicável que construímos nestes momentos de amamentação com nosso bebê. Cansa, sim, muito, mas vale cada minuto, cada madrugada amamentando”.

 

Foto: Getty Images

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