A endometriose, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), atinge cerca de 10% das mulheres em idade fértil. Entre os principais problemas causados pela doença estão dores na região pélvica, ao urinar, dispareunia (dor durante relações sexuais), cólica menstrual intensa, sangramentos e infertilidade. Algumas pacientes podem precisar de cirurgia para tratar a endometriose, enquanto outros casos podem ser solucionados apenas com o uso de medicamentos.
“A cirurgia de endometriose depende do grau de acometimento da doença. Grandes cirurgias têm mais riscos e podem ter sequelas. O procedimento tem como objetivo ressecar todos os focos de uma só vez. No entanto, quanto mais se opera, menores são as chances de sucesso”, afirma o ginecologista Alexandre Brandão Sé.
Endometriose pode gerar dificuldade em engravidar
A doença se caracteriza pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, o que causa um processo inflamatório no corpo que pode levar à formação de aderências e à obstrução das tubas uterinas. É a principal causa da infertilidade entre as mulheres, representando cerca de 40% dos casos. De acordo com a Febrasgo, é comum que o tratamento nesses casos seja cirúrgico, medicamentoso ou que inclua indicações de inseminação ou fertilização in vitro (FIV).
Assim que os primeiros sinais de endometriose surgem é recomendado procurar a ajuda de um médico para impedir que a doença avance e cause problemas mais sérios. “Por meio da cirurgia pode haver a erradicação, assim como o controle com o tratamento clínico, que deve ser hormonal, e incluir analgésicos quando necessário. Também se pode associar cuidados com a alimentação, fisioterapia e psicologia”, explica Dr. Brandão Sé.
Como é a cirurgia para tratar endometriose?
A cirurgia mais recomendada para o tratamento da endometriose é a videolaparoscopia. Neste procedimento, considerado minimamente invasivo, são feitos pequenos furos na região do abdômen, por onde uma câmera é introduzida. Com ela, o médico responsável irá retirar os focos de endométrio e, nos casos mais graves, partes dos órgãos afetados também deverão ser removidos.
É recomendado que, no pós-operatório, as pacientes mantenham uma alimentação balanceada e livre de alimentos inflamatórios, como açúcar e frituras. Além disso, deve-se priorizar os nutrientes que combatem os radicais livres como ômega 3, as vitaminas A, C, D, E e do complexo B, além de minerais como zinco, selênio e magnésio.
Dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo): https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/126-endometriose-e-fiv
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