Da descoberta da gestação ao parto, as células maternas trabalham em dobro. Ganho de peso, alterações na pele, oscilações hormonais e os temidos enjoos são reflexos do organismo trabalhando em ritmo acelerado.
A formação de um novo ser requer muitas adaptações no corpo da mãe. E é aqui que entram as vitaminas para gestantes, essenciais na prevenção de complicações, na construção de órgãos vitais e até na futura saúde do bebê. Mas quais são elas e quando suplementar de forma segura?
Vitaminas essenciais para as gestantes
De acordo com a nutricionista Carolina Drumond de Andrade, o corpo da mãe necessita de uma quantidade maior de nutrientes durante os nove meses de gestação. Por isso, algumas vitaminas e minerais devem receber atenção especial. São eles:
- Ácido fólico: é essencial para a formação do tubo neural do bebê (cérebro e medula espinhal) e para a prevenção de malformações.
- Ferro: é fundamental na prevenção da anemia materna, garantindo uma adequada oxigenação ao feto. “A suplementação com ferro e ácido fólico está associada a um período gestacional maior e à redução da mortalidade neonatal”, afirma a nutricionista.
- Vitamina B12: atua em conjunto com o ácido fólico no desenvolvimento neurológico do feto.
- Vitamina D: é importante para a formação óssea do bebê, assim como o cálcio. Além disso, auxilia também no fortalecimento imunológico da mãe.
- Ômega 3: é importante para o desenvolvimento cerebral e da visão do bebê.
Quando iniciar a suplementação?
A suplementação de ácido fólico deve ser iniciada mesmo antes da gravidez. Para a especialista, logo quando há o desejo de engravidar, os suplementos já devem fazer parte da rotina da futura mamãe cerca de 1 a 3 meses antes da concepção, mantendo-se até pelo menos o fim do primeiro trimestre.
Por outro lado, demais vitaminas costumam ser introduzidas a partir do início do pré-natal, conforme a necessidade individual identificada por meio de exames bioquímicos.
O médico alerta, no entanto, que não há vantagens na suplementação de polivitamínicos e minerais em relação à suplementação de ferro e ácido fólico isolados. “Gestantes bem nutridas não necessitam de suplementação para atingir suas necessidades, podendo estas ser supridas pela própria alimentação”, ressalta a nutricionista.
Deficiências nutricionais mais comuns na gestação
As deficiências mais comuns na gestante incluem ácido fólico, ferro, vitamina D e vitamina B12. No entanto, a especialista faz um alerta: cada caso é um caso, por isso, é fundamental ter acompanhamento médico durante toda gravidez. “As deficiências variam de acordo com a alimentação, histórico clínico e absorção intestinal da gestante”, diz Carolina.
É importante destacar que a alimentação equilibrada pode suprir boa parte das necessidades nutricionais de uma gestante. Portanto, o prato deve ser variado e colorido, garantindo a inclusão de folhas verdes, legumes, frutas, grãos integrais, carnes magras, ovos e laticínios, bem como oleaginosas e sementes.
A exposição diária ao sol (em horários adequados) também é fundamental para ativação da vitamina D.
Quando entra a suplementação?
“A suplementação será necessária na gravidez sempre que, por algum motivo, a ingestão estiver ineficiente, com exceção do ácido fólico, que já se inicia mesmo antes da gestação, e do ferro, que em quase 100% das gestantes é suplementado”, diz a nutricionista.
Dessa forma, a avaliação médica e nutricional é essencial para conduzir a reposição de vitaminas e minerais para cada gestante. Vale lembrar que a suplementação não substitui uma alimentação equilibrada, mas funciona como um complemento.
Por fim, o acompanhamento nutricional, bem como o acompanhamento regular do pré-natal junto ao médico obstetra, garantem um desenvolvimento fetal saudável e uma gestação mais segura para a mãe e o bebê.



