Numa tentativa de substituir o uso do cigarro, muitas pessoas têm aderido ao cigarro eletrônico, frequentemente chamado de vape. Seu consumo está crescendo entre os jovens, ainda que a comercialização e a importação deste produto seja proibida no Brasil. Afinal, seu uso também gera prejuízos à saúde. Quer saber quais são os riscos? Quem ajuda o Cuidados Pela Vida a explicar é o alergista e imunologista José Angelo Rizzo.
Cigarro eletrônico tem nicotina na composição
De acordo com o especialista, o cigarro eletrônico não serve como substituto ao cigarro normal. “Ele é considerado um produto de tabaco, cuja diferença principal é que a nicotina é ofertada através da vaporização, por meio da sua diluição em uma substância chamada propilenoglicol. No cigarro, a nicotina é oferecida através da combustão do tabaco e, junto, vão uma série de substâncias”, explica o médico.
Ou seja, a nicotina, que é parte do problema, continua presente no cigarro eletrônico. “A nicotina tem não só a capacidade de viciar, mas tem também a capacidade de provocar doenças. Ela é um agente vasoconstritor importante. A comunidade médica especializada no combate ao tabagismo não vê com bons olhos o uso do cigarro eletrônico”, alerta o especialista.
Vape pode causar enfisema pulmonar e câncer
Como Dr. Rizzo citou, o vape tem ainda uma série de substâncias em sua composição que fazem mal à saúde. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são substâncias tóxicas e irritantes, que podem provocar dermatite e enfisema pulmonar, além de câncer e problemas cardiovasculares. Ou seja, a diminuição do odor e a adição de sabores não diminuem os graves riscos que o cigarro eletrônico gera para a saúde.
Além disso, segundo um estudo elaborado pelo INCA e pelo Ministério da Saúde, existe o risco de o cigarro eletrônico explodir durante o uso, causando danos físicos e materiais. Casos assim já foram documentados e parecem estar relacionados a problemas nas baterias dos dispositivos.
Qual é a melhor opção para os fumantes?
Ou seja, se você está ciente dos malefícios que ambos os tipos de cigarro provocam à saúde, a melhor alternativa é buscar tratamento para parar de fumar. “Largar o cigarro é difícil e os efeitos colaterais só vão aparecer depois, com anos de uso do cigarro. Certamente, o cigarro eletrônico não é um produto seguro, não é um produto que deveria ser usado como auxílio na cessação do tabagismo porque também vicia”, lembra o especialista.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA): https://www.inca.gov.br/noticias/inca-lanca-publicacao-sobre-cigarro-eletronico
Dados do Ministério da Saúde: https://saudebrasil.saude.gov.br/eu-quero-parar-de-fumar/mentiras-e-verdades-sobre-o-cigarro-eletronico