Como o próprio nome já diz, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma doença marcada por dois momentos distintos, a obsessão e a compulsão. O primeiro consiste em pensamentos negativos invasivos e insistentes enquanto o outro é a execução de comportamentos irracionais que visam atenuar a ansiedade resultante desses pensamentos. Também chamada de mania, a compulsão pode trazer riscos à integridade física de um indivíduo.
Trocar mania agressiva por outra mais leve pode ser uma solução inicial
Segundo a psiquiatra Lee Fu-I, se uma pessoa diagnosticada com TOC possui compulsão que a faz agredir seu próprio corpo, o médico que acompanha o tratamento deve, inicialmente, sugerir outras opções de manias que não a machuquem fisicamente como substitutos. Esta seria uma maneira de trabalhar o problema de forma gradativa (não abrupta).
“Se a mania for dar tapas no rosto até desaparecer um pensamento obsessivo sobre cometer erros no trabalho, por exemplo, o médico pode, além de verificar a dosagem da medicação, recomendar uma outra forma de compulsão, como socar uma almofada ou beliscar um travesseiro”, explica. Todavia, ela ressalta que isso deve ser feito enquanto o profissional aguarda o remédio surtir efeito no paciente.
Tratamento ideal para TOC é associar uso de medicamentos com psicoterapia
O grande perigo deste tipo específico de TOC, no qual os pacientes se lesionam conscientemente, reside na possibilidade deles chegarem a níveis extremos que ponham suas vidas em risco. “Quando se executa uma compulsão para aliviar um pensamento recorrente de muita angústia há sim o risco de perder o controle e machucar-se seriamente”, afirma Lee.
Ainda de acordo com a psiquiatra, todas as manifestações de TOC serão melhor tratadas se houver tanto o acompanhamento psicoterápico quanto o psiquiátrico. “A associação de medicamentos com a psicoterapia é sempre a melhor pedida quando o assunto é TOC. Os tipos mais eficientes são terapia cognitivo-comportamental e análise de comportamento”, conclui.
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