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Riscos da esquizofrenia: Interromper o medicamento é perigoso?

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19 de outubro de 2023

No tratamento da esquizofrenia, é recomendada a combinação de medicamentos antipsicóticos e psicoterapia, mas o uso dos remédios é o diferencial para que o quadro apresente melhora efetiva. Portanto, iniciar o tratamento sem medicação ou parar de usá-la no meio do processo pode ser perigoso, pois os sintomas do transtorno podem piorar.  

 

Perigos da interrupção precoce do tratamento de esquizofrenia

 


“A interrupção do tratamento medicamentoso em portadores de esquizofrenia é perigoso e totalmente contra-indicado, pois pode levar a uma nova crise ou surto psicótico”, afirma a psiquiatra Erika Mendonça. O remédio estabiliza o quadro ao amenizar os sintomas da esquizofrenia, que são delírios e alucinações, além de comportamento e pensamentos desorganizados e agitados.

Em outros transtornos psiquiátricos, como depressão e ansiedade, por exemplo, existe a possibilidade do tratamento ser feito com base apenas na psicoterapia, principalmente nos quadros mais brandos. Com a esquizofrenia, por outro lado, isso não é viável. “Trata-se de um transtorno mental que exige tratamento medicamentoso em todos os casos”, enfatiza a psiquiatra.

 

Detalhes do tratamento de esquizofrenia

 


Mesmo quando um paciente se submete ao tratamento completo, os sintomas podem não desaparecer completamente. No entanto, as chances de remissão aumentam consideravelmente. “O tratamento multimodal da esquizofrenia, com uso de medicamentos e psicoterapia, quando realizado adequadamente, consegue manter a maioria dos pacientes estáveis”, diz Erika.

O efeito terapêutico do remédio costuma demorar entre 4 e 8 semanas, mas antes disso, ainda nos primeiros dias de tratamento, já é percebida alguma melhora. Isso faz com que muitas pessoas interrompam o uso, por acharem que já se recuperaram. Contudo, o que normalmente ocorre logo após esse abandono precoce é o retorno dos sintomas, com possíveis crises. Por isso, é importante destacar que somente o médico pode determinar o curso do tratamento, seja aumentando, reduzindo ou modificando de alguma forma a medicação.

 

 

Dra. Erika Mendonça de Morais é psiquiatra formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e atua em São Paulo. CRM-SP: 124933

Foto: Shutterstock

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